Eu e o Clube das mães e pais blogueiros.

domingo, 28 de agosto de 2011

Essa semana não saiu o texto da sexta-feira, sim, erro, eu sei. Sei que tem gente que foi procurar e não achou e estou aqui torcendo para que voltem a procurar, pois não desisti do meu blog, é aqui que descarrego minhas emoções e é assim que vai continuar, meu cantinho do desabafo...

O motivo da falta de texto e de tempo é que eu estou abrindo um outro site, junto com minha amiga Daniela, o Clube das mães e pais blogueiros.

O Clube é um projeto que está se tornando realidade nessa semana, mas que vem nos dando trabalho já há um bom tempo. Foram muitas pesquisas, planejamentos, estudos, dúvidas em como resolver isso ou aquilo, aperto no coração, horas de sono perdidas, coração disparando, entusiasmo...
Nosso Clube é feito especialmente para mães e pais que tem blogs, pois queríamos muito crescer e ajudar outras pessoas no crescimento também. Vindo do princípio que pais e mães se preocupam com o futuro de seus filhos e, por consequência, o do mundo também, criamos esse espaço para trocas de informação e experiências, visando um aprendizado em conjunto.
Desde que entrei para esse grupo de "blogueira", venho aprendendo muita coisa. Aqui as pessoas crescem se ajudando, não pisando na cabeça um do outro. Você não ganha ponto com outros blogs tentando acabar com seu concorrente e sim lendo e comentando o que eles escrevem, não se trata de concorrência e sim de amparo. Você comenta, lê, indica e da mesma forma é indicado, aqui reina a simpatia e o jogo limpo. Não seria legal se o ser humano se inspirasse nesse novo mundo da internet para fazer todo o resto também? Não seria possível finalmente crescer com a paz e não a guerra? De repente me deparo com uma comunidade que dá certo, um sistema que funciona baseado em fazer o bem ao outro, mesmo que esse bem seja um recadinho simples de "Gostei do seu post.". Eu comecei a escrever esperando críticas e competitividade de pessoas, dizendo que eu não escrevo tão bem quanto elas, por exemplo, mas foi porque eu não conhecia esse mundo.
E é por esse mundo que estamos nos reunindo e ficando mais fortes. Posso não conseguir salvá-lo, mas estou fazendo minha parte, juntando-me e dando força ao que acredito ser bom. Por que passar pela vida de forma indiferente, se posso "bater uma asa" aqui e mudar a opinião de alguém na China? Quero ampliar meus horizontes e quero que minhas palavras encontrem pessoas que fazem diferença, mostrar esse jeito de pensar, essa atitude, um sorriso pela manhã ao invés de um grito com o filho...
E você, quer fazer parte do nosso Clube? Venha nos visitar: http://maesepaisblogueiros.com/. Aqui quem cresce são os pais!
"A mão que balança o berço é a mesma que governa o mundo" W R Wallace.

MEU Pai

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A palavra "pai" desperta muitos sentimentos diferentes de pessoa para pessoa, pois tem vários tipos de pais, os que são presentes, os que são ausentes, os rígidos, os que são amigos, os certinhos e os atrapalhados... Um pouco atrasada, vou falar do MEU. E a primeira coisa a dizer é que sei que ele não vai se importar de ler isso somente uma semana depois do dia dos pais.
Semana passada liguei pelo skype para dizer-lhe feliz dia dos pais e lhe disse assim, simples, com entusiasmo e carinho, mas simples: "Feliz dia dos pais!". Senti que não foi tudo o que eu gostaria de lhe dizer, mas sou melhor com palavras escritas do que faladas. Se eu tentasse falar sobre meu amor por ele e a gratidão que tenho por ser sua filha, eu iria chorar e não sairia muita coisa. Para completar, foi ele quem me fez uma declaração, falou que meus textos são lindos, que os emociona... para isso também não respondi muita coisa, ficou entalado na minha garganta, enroscou no nó e não saiu nada, não saiu nem o "Eu te amo", muito menos todo o resto que ficou lá dentro: meu coração que batia apressado, as lágrimas que se escondiam fazendo força para não sair, minha mão que tremia, a saudade e a vontade de abraçá-lo...
Registro aqui em palavras então, que muitas vezes o que eu demonstro é a pontinha do "iceberg" de sentimentos que se esconde em mim.
Meu pai quando eu era criança: Ele era aquele por quem eu tinha adoração, que eu vivia pendurada no pescoço, que se trancava com a gente no quarto e ficava brincando, contando estórias e nos fazendo rir muito com as vozes que fazia imitando cada personagem... No sítio da minha avó soltávamos pipa, pulávamos corda, pescávamos... Era meu pai barbudo. Eu devia ser muito pequena, porque nem lembro de meu irmão por perto quando aconteceu, mas lembro-me de ter ficado muito zangada com ele por ter cortado sua barba, não queria que ele chegasse perto de mim, queria meu pai barbudo... Crianças podem ser crueis. Lembro-me claramente da revolta por ele ter tirado a barba que eu gostava tanto... E ele tentava me convencer que ele era o mesmo, com um leve sorriso, pois estava achando engraçado eu gostar tanto da barba.
Meu pai na adolescência: Continuava sendo aquele em quem eu me pendurava no pescoço, porém com muitas brigas nos intervalos. Como pai coruja, era difícil convencê-lo de que eu precisaria ir a discoteca, paquerar, namorar... Meu gênio de adolescente já batia um pouco com o dele. Mas ele tinha toda a razão, hoje eu vejo, ele não era quadrado, ele me ajudou a chegar aqui. Eu aproveitei bem discotecas e saídas com amigas, apenas o fiz com moderação e muita bajulação para conseguir um sim... O que mais me impressiona é que ele disse "não" muitas vezes, para muitas coisas, em geral o que não tinha importância para meu futuro, mas conseguiu enxergar atravéz do meu coração quando realmente precisei de um "sim". Quando muitos pais mais liberais que o meu diriam "não", quando pedi para vir para a Hungria com um cara que conheci há um mês e muitos diziam a ele que era loucura deixar a filha ir, ele sabia, ele tinha certeza do seu sim, ele enxergou nos meus olhos e sentiu que era o certo. E era mesmo, graças a ele, eu hoje sou muito feliz e tenho a certeza que encontrei a metade que me faltava. Ele soube me guardar e cuidar, para entregar nas mãos da pessoa certa. Eu só espero enxergar através dos olhos dos meus filhos da mesma maneira, quando chegar essa hora.
Meu pai de sempre: Ele é uma pessoa justa, honesta, que preferiu muitas vezes lutar a pegar o caminho mais curto fazendo o que era errado. Nos deu exemplos de como uma pessoa deve agir e vencer sendo admirado pelas pessoas e não pisando nelas. Lutou muito na vida desde sua infância de menino pobre - que tem histórias que nos faz rir muito, mas que sei que na realidade não foram tão engraçadas - até chegar onde está hoje, respeitado e com muitos amigos. Um pai que é a imagem que olhamos quando pensamos no que seria a coisa certa para se fazer.
Meu pai, eu poderia escrever um livro sobre você, quem sabe você deva escrevê-lo, não é mesmo? Já que esse também é um dom que você tem.
Vou terminar escrevendo o que eu deveria ter dito na semana passada: Obrigada por tudo. Pela imagem de homem de bem, pelo zelo e sabedoria na hora de nos dizer "não", pelo carinho e muitos risos que nos proporcionou sempre, pelo amor que sempre deixou claro, por ser tão presente e indispensável a nossas vidas. Te amo muito e só estou aqui e feliz por você ter sido MEU PAI.
Feliz dia dos pais, mais uma vez.

Comentando a vida

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Escrevi muitas vezes sobre a força que os comentários tem sobre mim, mas creio não ter deixado tão claro a importância de cada linha que me escrevem.
Quando criei esse blog, o primeiro blog da minha vida, eu não sabia o que esperar, nem ao menos costumava ler outros blogs. Ao criá-lo, não pensei em elogios ou apoio, eu precisava de uma maneira de medir minha escrita e críticas para melhorá-la, era "o começo". Seria minha escrita realmente boa o suficiente para que alguém perdesse tempo com alguma história que eu escrevo? Na verdade não acreditei no crescimento do meu blog, achei que receberia alguns elogios da família e algumas críticas do resto do mundo, pela prepotência de achar que escrevo bem, mas que meu público ia ficar naquilo.
Logo que publiquei meus primeiros posts fui surpreendida. Eu realmente estava recebendo elogios da família, mas isso incluia pessoas que eu não via há muito tempo, pessoas que eu não tenho idéia como descobriram meu blog e que me relacionaram ao meu avô. Meu avô era um poeta e contador de estórias, entre outras milhares de coisas que fazia muito bem, como domar cavalos, por exemplo. Ele tinha uma compreensão diferente dos acontecimentos e das pessoas, a pesar de não ter escolaridade, era um sábio e sempre que falava, todos paravam para ouví-lo, pois realmente valia a pena. Jamais tive a ousadia de me comparar com ele, a não ser pelo enorme amor pela família que eu, assim como ele, tenho e preservo. Ler em comentários essa comparação foi, com certeza, um momento alto em minha vida, uma revelação de uma centelha - mesmo que muito pequena - dele que brilha em mim. Senti a presença dele em meu ser, em alguns gestos e fundamentos das minhas reflexões. Isso fez-me pensar na minha vida pelo ponto de vista dele, o que ele diria da minha história e foi aí que escrevi "Domadora de cavalos". Esse título foi inspirado nele, que tinha orgulho de dizer que foi tropeiro e domador dos melhores, batendo no peito e mostrando sua força em plenos 80 anos de idade. Homem forte que nunca se abateu e que fez exercícios até seu último dia de vida, jamais admitindo ficar doente de cama. Meu avô tinha uma sabedoria e compreensão de vida tão grandes que escolheu a hora de morrer e apagou sem dor, quando achou que era a hora, nos braços da minha avó, como ele mesmo havia previsto que seria.
Meu irmão escreveu-me o melhor parabéns da minha vida no aniversário desse ano, quando escrevi um post de aniversário para nós dois, que temos as datas muito próximas e declarar tudo o que eu deveria ter sempre dito milhares de vezes a ele, mas que o dia a dia acaba apagando da lista de  afazeres. Meus pais declararam seu orgulho por mim mais que nunca, não que eles não o fizessem sempre, mas agora recebo um carinho deles a cada semana e vê-los emocionados com minha declaração ao meu irmão e sua resposta depois foi um presente que o blog me proporcionou. Ao escrever "Eu e o monstro", meu marido me revelou uma outra parte de mim, a imagem que eu sempre quis ver no espelho e que ele enxergou tão bem com sua "lente do amor". E foram outras inúmeras revelações feitas por parentes, amigos, desconhecidos, pessoas que também escrevem e que foram entrando no meu mundo...
Os comentários foram chegando e eu me viciando com esse relacionamento contagioso de "eu abro meu coração e vocês enchem de força". Cada nova postagem, uma espera ansiosa pelo ponto de vista de quem lê e depois de cada comentário, a surpresa em descobrir que mais gente se sente como eu, uma força gigantesca para vencer meus medos e obstáculos, descobrir novas partes de mim que eu não conhecia, fazer com que eu olhe para mim mesma e queira ser uma pessoa melhor, meu cenário todo iluminado por novos refletores, vindos de outros olhos. Eu no palco, fazendo meu monólogo, mas o mais importante: Os aplausos no final, aquele público que faz com que eu sente em frente ao computador e pense sobre quem eu sou e que impacto eu quero causar ao mundo.
Meus textos talvez não tenham o poder de mudar o mundo, mas seus comentários, com certeza, melhoram o meu. Pra que lapidar-me sozinha, se tenho a ajuda do mundo?

Lente do amor.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011



Para quem não leu o meu último texto, "Eu e o monstro", falei sobre minha insegurança e de como me sinto em vários momentos na minha vida, inclusive agora. Medo do que vem pela frente e sensação de ser uma pessoa fraca.
Nunca me enxerguei como uma mulher forte, na verdade me sinto bem pequena por diversas vezes, não só pelo fato de medir 1,53m, mas também por esse sentimento de ser minúscula diante dum mundo tão grande.
Meu marido lê meus textos, sempre que pode, antes de serem colocados no blog, e ele é meu leitor mais exigente, fala o que acha que não está bom, ou se sente falta de alguma explicação. Diria que ele é um ótimo controle de qualidade.
Quando ele leu meu texto essa semana e o quanto me sinto insegura, sua reação foi diferente, ficou pensativo e por fim disse:
-Está ótimo, mas não é verdade.- Sério e direto.
Eu precisei de um segundo, balancei a cabeça e perguntei:
-Como assim não é verdade? Eu me sinto assim, descrevi cada sentimento meu! Eu sou assim.
Mas ele discordou e começou a me dizer o que ele vê, meu portifólio de grandes feitos corajosos, para o qual nunca olhei. Começou me provando que não posso ser insegura, pois em uma briga sempre me agarro ao que eu sei e acredito. - Certo, sou boa de briga, mas não quer dizer que sou segura. - Depois mostrou-me o significado de ser uma pessoa insegura. - Uma pessoa insegura não tem onde se segurar, não sabe no que acreditar e não tem opiniões próprias formadas. - E então mudou minha vida, outra vez, dizendo o que jamais ouvi e enxerguei:
 - Amor, como você pode ser insegura se quando não tínhamos nada para nos segurar, nos seguramos em nós mesmos, no que sabíamos e acreditávamos, para que pudessemos convencer outros e vencer obstáculos? Quando não sabíamos como poderíamos nos ver novamente ou quando, você estava tão segura de si, que seus pais apoiaram. Não foram outras pessoas, foi você e sua segurança que nos trouxe aqui! Você sabia o que queria, nós juntos, os filhos, a casa... Você soube a hora de ir para o Brasil tentar e estava segura na hora de voltar para a Hungria. Eu, muitas vezes me seguro em você! Você sabe melhor que ninguém onde quer chegar e chega lá.
As palavras dele me calaram. Foram vários os exemplos, mas eu estava tão confusa... Senti uma emoção diferente, vontade de chorar e orgulho de mim mesma, como se ele estivesse me apresentando a um novo "eu". Seria eu essa pessoa forte de quem ele estava falando? Eu reconhecia os fatos, mas nunca vi aquela personagem, aquela heroína que ele enxergou desde o começo. Eu precisei de tempo para pensar em mim como aquilo tudo que ele me contou. E por que eu não me enxerguei assim nunca? Por que ainda é difícil enxergar?
Engraçado que a Carolina que ele apresentou foi a que sempre sonhei em ser. Fiquei pensando se ela realmente existe dentro de mim, se está esperando o momento que eu acredite nela para tomar seu lugar no meu espelho também, onde meus olhos também seriam hábeis para ver o que os do meu marido vêem há tanto tempo. E que revelação seria ver essa Carolina gigante, em contraste com a baixinha tímida que conheço...
As pessoas acham que conhecem a si mesmas, mas vem um olhar de fora, uma lente diferente, que vê além do que elas mesmas sentem, por baixo de roupas, pele, sentimentos e frustrações, a alma pura de como deveria ser se não estivessem ali os medos e todo o lixo que elas vão acumulando durante a vida, tudo de mal que falam delas e que acabam acreditando...
Pessoas de muita sorte as que tem um raio X como o meu, uma lente do amor, para levantá-las nos momentos de fraquezas e mostrar-lhes uma imagem revolucionária, alguém que nem elas e nem outros no mundo acreditariam que existe. Alguém que mostra o tipo de pessoa que você pode ser, se buscar aquilo que ele enxerga no fundo do seu lago turvo. Um ídolo de você mesma para seguir.
Obrigada amor, por enxergar minha alma. Em VOCÊ é que me seguro, minha fonte de força. E se sou tudo isso o que você vê, é possível somente por um motivo, por estar ao seu lado e ter, como força, o seu amor. Você me dá motivos para lutar e, com sua lente mágica, me mostra o tipo de pessoa que posso ser.
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