Terapia do amor

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Photo from: http://www.diariodecasal.com.br/posts/o-tempo-e-o-melhor-amigo-do-amor-e-das-relacoes-em-geral/


Num casamento, uma das coisas mais importante é saber renovar e manter a paixão entre o casal. Com o tempo, nos acostumamos com a presença daquela pessoa que nos tirava o ar e fazia tudo parecer iluminado logo que víamos. Não me entendam mal, ainda espero ansiosa o final do dia de trabalho e meu coração ainda dispara de felicidade ao ver o carro estacionando na frente da casa e se tem algo que fazemos muito bem, é isso: manter a paixão acesa. Mas é algo se deve-se lembrar de cuidar, uma florzinha delicada que precisa da luz, da chama, para despertar todos os dias.

São muitas as coisas que despertam meus sentimentos pelo meu marido: Quando ele, todos os dias, puxa o sofá onde estou sentada para mais perto dele, enquanto vemos um filme a noite, e assim pode segurar minha mão; quando ele reclama que vou para longe dele ao deitarmos na cama e então dorme abraçadinho comigo; quando passamos horas conversando sobre qualquer coisa, como melhores amigos, e ele diz que passar tempo comigo é a melhor coisa do mundo; e mais milhões de pequenas e grandes coisas que eu sonhei um dia e ele realiza.

Porém, ultimamente, descobrimos algo que nos remeteu a paixão louca de adolecente e que nos faz agradecer todos os dias por termos vencido tantos obstáculos para estarmos juntos: meu livro.

Quando comecei a escrever nossa história, no começo desse ano, pensei que iria contá-la como sempre conto quando alguém me pergunta como nos conhecemos, já com as linhas decoradas e as mesmas piadas. No entanto, não foi assim, com o livro descobri uma pequena passagem no tempo.

Eu não apenas conto lembrando do resumo de nossa história, eu viajo até lá, 12 anos atrás, e revivo tudo o que vivemos, vou puxando os detalhes da linha do tempo e vejo coisas que eu nem me lembrava. Revivo conversas bobas e as desesperadas. Analiso todo o medo por um outro ângulo – o de quem sabe que tudo vai dar certo – e emociono-me com o resultado.

Até agora era só eu, viajando na nossa aventura. Eu olhando-o de forma diferente, arrancando risos dele com os olhares de antigamente e beijos de gratidão. Mas durante esse mês, ele começou a ler o que eu escrevo, viajou comigo no tempo, entrou em cada pensamento meu da época, que eram desconhecidos por ele até então, e foi tomado pelos mesmos sentimentos que vem me preenchendo o ano todo.

Relembrar o caminho por onde passamos para chegar até aqui é uma maneira maravilhosamente mágica de planejar os caminhos futuros, de saber quem somos e onde queremos chegar. É trazer de volta cada sonho, ver o que realizamos e retomar o que deixamos para trás. É analisar de maneira mais adulta todas as decisões e rir das besteiras e maravilhar-se com o que fizemos certo. É ter como tema nós mesmos e nossa felicidade.

Meu casamento nunca esteve em crise - repito - e com essa terapia de virarmos adolecentes novamente, tenho certeza que nunca estaremos.

Meu livro pode não ser um “best seller”, pode ganhar más críticas futuramente, pode não causar impácto, mas o que já ganhamos dele dia a dia, já valeu cada palavra escrita, cada linha torta, cada página virada. Será sempre nossa portinha para o passado, imortalizando quem fomos e com o que sonhamos.

Nosso amor é um livro aberto.
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