Um natal mágico.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal pra mim tem cheiro de pinheiro cortado na hora e frutas, ar do sítio de noite, quente, mas com brisa leve, som de grilos e música dos anos sessenta, estrelas, bagunça e vagalumes...

Toda a minha infância, toda a minha vida no Brasil foi assim. O natal era comemorado no sítio dos meus avós. Passávamos o dia com os primos na piscina, jogando volei ou futebol, os adultos cortavam um galho dos enormes pinheiros que ficavam por volta do campo de futebol e a árvore era enfeitada com muitas bolas coloridas, laços, fitas e luzes, meu avô fazia questão das luzes.

Crônica de mim mesma.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Verdades de mim escorrem pelas linhas, passam por olhos alheios, criam opinião num rio de sinceridade, intimidade.
Como delator das coisas que penso, meus dedos contam tudo, denunciam, detalham, exibem, apontam.
Ao escrever não escondo fatos de mim mesma, sou obrigada a olhar e confrontar com o que minhas escritas sussuram ao pé do ouvido, à ponta dos dedos, à flor da pele. Histórias minhas que trazem saudades, lágrimas, sorrisos e até surpresa com o que, despercebido, foi passando ao fundo do meu cenário, longe de minha atenção, mas que meus dedos captaram com minúcias.
Crônica, delato de mim mesma, clone do meu interior complexo, vindo a tona de forma mais clara que o original, que nem eu mesma compreendia.

Do que a felicidade é feita?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Sorte ou coragem? E essas são tão diferentes assim, ou podem ser confundidas? Creio que esses dois fatores causem sim confusão na cabeça de muita gente, apesar de sua definição tão distinta.

Sorte é algo que te acontece, independente de suas decisões, ela simplesmente vem e arruma sua vida, faz todo o trabalho, sem que você precise se preocupar, ou pegar responsabilidade. Parece-me algo bem fictício, como conto de fadas ou estória de pescador, mas é algo bonito de se acreditar e desejar. Quem não deseja sorte? Já a coragem, depende totalmente de você e de suas ações. A coragem é a virtude de quem pega as rédias da vida na mão e não deixa nos braços da sorte, com sua incerteza perfeita. A coragem é se responsabilizar por quem você é e ditar os caminhos de sua vida, saber que tudo o que ocorreu é resultado de suas ações e predisposições.

Nas reticências do amor.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Não consigo dormir, abro meus olhos e sinto sua respiração, quente e tranquila. Nunca gostei de respirar o mesmo ar que outras pessoas, quando criança costumava virar a cara quando dormia na cama com meus pais, ou meu irmão, ou primos, mas o ar que vem de você cheira algo entre chuva e manhã de primavera. Talvez seu perfume tenha sido feito especialmente para mim e por isso me embreaga e faz meu coração bater forte.

No livro da vida.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011


Para variar eu estava pensando na vida, na minha, na da minha família, na do resto do mundo e no que o mundo pensa da minha vida. Pensei também sobre as coisas que escrevo ou falo, sempre tão otimistas. Sou mesmo esse poço de otimismo? Essa sorte ambulante que tem uma vida perfeita? Eu abro meu livro para o mundo com que conteúdo?

Eu sonho muito...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Meu trabalho tem virado pura obseção. Estou viciada em ter contato com as pessoas, estou viciada nos agradecimento que elas fazem e mais do que tudo, estou viciada em ajudá-las.

Começamos o Clube das mães e pais blogueiros com a simples idéia de dar umas dicas para que esses pais pudessem fazer um trabalho melhor com suas divulgações de causas, com a troca de informações e até mesmo na esperança de ajudar um ou outro a fazer disso um trabalho, podendo ficar em casa com o filho e ainda tirar um dinheiro com seu blog. Parece sonho, mas é perfeitamente possível, vendo alguns históricos por aí, no mundo das mães empreendedoras. No entanto esse projeto tem sido tão mais que isso!

Um minuto.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um minuto eu tinha para pensar no que escrever. Era pouco tempo... Tinha um minuto para falar num vídeo, tempo demais, já que não sou amiga das câmeras. Em um minuto a vida pode mudar, pois é o tempo exato para se apaixonar por alguém, para ler e reler seu nome na lista de aprovados pelo vestibular, para ouvir e responder as três palavras mais esperadas: Eu te amo.

Mas em um minuto se pode passar a eternidade, é aquele tempo que não passa quando você não tem palavras e precisa falar, interminável o minuto de uma espera, de uma preocupação. É o tempo exato para perder o ônibus. Pouquíssimo tempo quando é preciso entender uma tragéia, mas parece muito tempo quando se faz o silêncio por ela.

Muitos minutos são precisos para falar com uma amiga ou com o namorado no telefone, impossível usar só um. Mas é mais que muito para ouvir uma bronca do chefe, ou para explicar a ele o que aconteceu.

Em um minuto as crianças acordam e meu texto fica interminado. Em um minuto passa milhões de coisas pela minha cabeça, que nesse tempo não consigo organizar.

Quando as palavras calam e os dedos falam.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Faz algum tempo que percebi que sou boa para escrever palavras e péssima para emití-las sonoramente. Coisa desagradável, já que a maior prova disso foi meu discurso de casamento, onde não consegui expressar absolutamente nada dos grandes textos preparados na minha cabeça, ficou totalmente bobo. De alguma forma, meus melhores discursos saem pelos dedos e não pela boca.

Parei pra pensar em como funciono nesse sentido e é bem interessante (ou diria estranho?). Eu sento na frente do computador sem nada montado na cabeça, sei apenas o tema e as vezes nem isso, coloco meus dedos no teclado e eles começam a falar. Saem as frases, saem as teorias, os sonhos e eu sempre me surpreendo com o final. Meus dedos falam muito bem.

Blogstorming: Publicidade em blogs maternos

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


Blogstormig é uma discussão entre os blogs, onde sempre será discutido algo polêmico ou confuso, afim de descobrirmos o que pensam as mães e os pais que blogam por aí.

Esse tinha que ser um dos primeiros temas do blogstorming, existem muitas dúvidas por volta dele: Como cobrar? Como fazer? Com quem fazer? Aceitar presentes? Aceitar dinheiro?

Eu e o passarinho

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ontem mesmo estava criticando o pessimismo húngaro, a mania de ver sempre o lado ruim das coisas. Não todos, porque a família do meu marido é muito positiva, mas tem uma grande parte que pensa totalmente distorcido, gostam de reclamar e apontar as coisas ruins, muitas vezes não enxergam o que tem:
-Olá Tia Clari! - Havia acabado de nascer a netinha dela. - Quanto nenêm tem na nossa rua ultimamente, não é? - pergunto com um grande sorriso, é claro.
-Pois é filha, estamos ficando velhos... - Essa foi a resposta, seguida da lista de velhinhos que morreram na rua. Meu Deus!!! Ainda não consigo entender como chegamos ao assunto morte, falando de nascimentos. Esse foi o exemplo mais claro que eu já vi do pessimismo, da mania de ver o lado ruim.

Romance barato

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Acordo naquele furacão de mil coisas a serem feitas, preparo o café pulando as roupas jogadas pelo chão, a mochila num canto, muitos pratos para lavar e aquela angústia de quem, no dia anterior, saiu logo cedo de casa com a família e só voltou a noite pra dormir, com tudo o que fez parte do antes de ontem ao seu redor... Sobe o sangue, desespero, nervoso... rápido, um gole de café enquanto vou fazendo a lista do que ainda tenho que fazer, olho para os lados num plano de limpeza interminável. Engulo o café e vou fazendo tudo ao mesmo tempo. Vou bufando e respondendo de jeito bruto, falta de organização me transforma e deixa verde, como o Hulk. Meu marido vê o desespero, me conhece, sabe que só terei paz com tudo em seu lugar, ele só terá paz assim... Então, entre uma brincadeira e outra com as crianças, ele me ajuda, recolhe coisas, estende roupas e com uma manhã de trabalho, tudo vai para seu devido lugar.


Ligue a música para continuar.


Eu e minhas escolhas...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Peguei-me pensando sobre minhas escolhas, eu sempre escolho algo que precisa de explicação e sofre alguma incompreensão. Por quê? Eu insisto em desafiar e ouvir comentários desagradáveis. Não seria mais fácil seguir o fluxo e contar que trabalho em tal lugar e ganho tanto, recebendo de volta uma afirmação com a cabeça?
Acreditem, essas escolhas são geralmente as que nunca me causam arrependimento. Porém, o que tenho que ouvir por causa delas...

O circo que caiu...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Na sexta-feria passada fomos ao circo porque tínhamos ganhado descontos. O circo era simples, pequeno, não demos muito crédito a ele antes de entrar, porém sua lona não parecia muito velha, estava arumadinha, o picadeiro era como um palco, um pouco mais alto e também pequeno. Nós sentamos em cadeiras, dessas de plástico branco. Sabia que o tamanho do circo não importava pras crianças e que iriam gostar de qualquer "showzinho" que mostrassem.

Pediatria na Hungria

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Aqui na Hungria os hospitais e a maioria dos consultórios são pelo plano do governo, é muito raro encontrar médico particular e as pessoas não costumam frequentar particular, já que o do governo é bom, talvez a única diferença seja a decoração, que é mais caprichada, já que a própria pessoa escolhe, mas pra que pagar, quando você já paga o imposto e tem bons serviços por isso?
A escolha de um profissional normalmente é feita pelo local da sua residência, mas você até pode escolher outro, se quiser. Eu, como não conhecia nenhum pediatra, pedi ajuda, mais uma vez, ao meu anjinho que me salvou de todas na gravidez, minha Protetora, que é quem realiza vários exames na época da gravidez e da todos os conselhos após o parto, indo te visitar de tempos em tempos logo que o nenê nasce para ajudar e avaliar o bem estar da criança. Ela indicou a pediatra com quem trabalha junto e coincidentemente, é da minha região.
A primeira consulta foi feita em casa e fiquei muito impressionada em saber que a médica é que vinha nos visitar. Só um mês depois fui ao consultório e mesmo assim, tem um dia especial só para bebês RN que vão pesar e fazer exames de rotina, para não misturar com os doentinhos. Adorei isso!
Nossa pediatra é muito boa, gosto muito dela, mas no começo ela me assustava um pouco, pois qualquer coisinha mandava a gente para um profissional e eu ficava estressada achando que era grave. Depois me acostumei  e vi que é o jeito dela de garantir que tudo esteja correndo perfeitamente bem com a criança. Em alguns casos, assim que eu me assustava com a médica, minha protetora, que é mais mãezona de coração mesmo, vinha atrás de mim depois da consulta e dizia que era normal, contava exemplos e me acalmava. Na verdade corro mais pra minha protetora que para a pediatra. Ela normalmente me acalma em horas de apuro e sempre tem dicas de mãe para dar. Médico é aquilo, quando da um problema vem antibiótico e remédios, que eu não gosto muito, então só levo ao médico em caso de precisar mesmo, ou para tomar vacinas.
Hoje em dia temos uma relação bem amiga com a médica e toda equipe, o que me faz sentir muito bem, não trocaria essa equipe por nada. Quando pensamos em nos mudar para o Brasil, uns anos atrás(coisa que só durou 8 meses lá e não deu certo) fui numa última consulta com ela para ver se estava tudo certo e se meus filhos já tinham todas as vacinas obrigatórias no Brasil e nossa despedida foi bem triste, ela quase que chorou e nós também. Uma das coisas boas de não ter ficado no Brasil é essa assistência que temos aqui, pois chegamos a ligar do Brasil para cá perguntando o que fazer. É muito bom confiar numa equipe.
Algumas vezes sinto que sempre vivi aqui na Hungria, no Brasil estava totalmente perdida quanto a médicos. Aqui eu nasci como mãe e, nesse território, me sinto totalmente em casa. Aprovo e  gosto muito dos profissionais que frequentamos.




A vida num filme

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Sol vai caindo no horizonte. Daqui do parque, no meio das montanhas, eu só vejo sua luz extremamente amarela, banhando toda paisagem de dourado, tornando visíveis teias de aranhas e pequenos flocos de poeira, que pairam sorrateiros pelo ar. As árvores brilham, disfarçando seus galhos e troncos opacos e do escorregador eu só vejo a silhueta escura. A paisagem lembra algum filme de fantasia, onde vivem duendes e animais mágicos, como um unicórnio, que combinaria muito aqui se saísse do meio da floresta que beira o parque. A Hungria e seu ar de magia, que de tempos em tempos nos remetem a tempos antigos, nos traz pessoas queridas, nos leva a lugares mágicos... Será que todos enxergam isso? Será que alguém, além de mim, olha além da paisagem concreta e viaja no tempo?

Apenas um carinho.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Hoje acordei com todos os problemas: dor de estômago, mal estar, dor de cabeça(tem coisa pior que abrir os olhos de manhã já com dor de cabeça?). Meus dois filhos vieram imediatamente pedir seu café da manhã, que fiz com grande sacrifício, pois minha vontade era ficar encolhidinha na cama, sem me mexer até tudo passar...
Odeio remédios! Creio ter puxado isso do meu avô, que também só tomava algo quando não tinha jeito mesmo, ele batia no peito e dizia:
 - Tô bom! Não precisa de remédio, me faz uma água com limão que isso passa...- Meu avô resolvia tudo com água com limão.

Os borrões do tempo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ontem, ao anoitecer, andamos um pouco pela cidade, havia uma brisa fresca e passamos por uma rua estreita, antiga, feita de paralelepípedos escuros, a imagem da Europa dos filmes antigos e românticos... Parei e fiquei ali olhando um pouquinho, pensando, sentindo a brisa no rosto e o cheiro da noite. Adoro passar por ruas assim! Da um tipo de saudade de algo que não vive - ou talvez tenha vivido em outra vida, daí o motivo da saudade - mas que me traz muita tranquilidade. Passar por lugares assim me faz pensar num mundo bem mais lento, onde as pessoas andavam, não corriam, onde os detalhes eram importantes, e isso a gente percebe nas casas com estatuetas e enfeites por volta de todas as janelas, uma verdadeira obra de arte. Uma casa, até das mais simples, tinha detalhes e cuidados quando feita, tinha bases fortes e paredes muito largas, eram pensadas para durar para sempre, resistir guerras e gerações. Se essa saudade vem de uma outra vida, eu devia ter gostado muito de vivê-la, pois esse sentimento de tranquilidade me invade ao passar num lugar assim.

Eu e o Clube das mães e pais blogueiros.

domingo, 28 de agosto de 2011

Essa semana não saiu o texto da sexta-feira, sim, erro, eu sei. Sei que tem gente que foi procurar e não achou e estou aqui torcendo para que voltem a procurar, pois não desisti do meu blog, é aqui que descarrego minhas emoções e é assim que vai continuar, meu cantinho do desabafo...

O motivo da falta de texto e de tempo é que eu estou abrindo um outro site, junto com minha amiga Daniela, o Clube das mães e pais blogueiros.

O Clube é um projeto que está se tornando realidade nessa semana, mas que vem nos dando trabalho já há um bom tempo. Foram muitas pesquisas, planejamentos, estudos, dúvidas em como resolver isso ou aquilo, aperto no coração, horas de sono perdidas, coração disparando, entusiasmo...
Nosso Clube é feito especialmente para mães e pais que tem blogs, pois queríamos muito crescer e ajudar outras pessoas no crescimento também. Vindo do princípio que pais e mães se preocupam com o futuro de seus filhos e, por consequência, o do mundo também, criamos esse espaço para trocas de informação e experiências, visando um aprendizado em conjunto.
Desde que entrei para esse grupo de "blogueira", venho aprendendo muita coisa. Aqui as pessoas crescem se ajudando, não pisando na cabeça um do outro. Você não ganha ponto com outros blogs tentando acabar com seu concorrente e sim lendo e comentando o que eles escrevem, não se trata de concorrência e sim de amparo. Você comenta, lê, indica e da mesma forma é indicado, aqui reina a simpatia e o jogo limpo. Não seria legal se o ser humano se inspirasse nesse novo mundo da internet para fazer todo o resto também? Não seria possível finalmente crescer com a paz e não a guerra? De repente me deparo com uma comunidade que dá certo, um sistema que funciona baseado em fazer o bem ao outro, mesmo que esse bem seja um recadinho simples de "Gostei do seu post.". Eu comecei a escrever esperando críticas e competitividade de pessoas, dizendo que eu não escrevo tão bem quanto elas, por exemplo, mas foi porque eu não conhecia esse mundo.
E é por esse mundo que estamos nos reunindo e ficando mais fortes. Posso não conseguir salvá-lo, mas estou fazendo minha parte, juntando-me e dando força ao que acredito ser bom. Por que passar pela vida de forma indiferente, se posso "bater uma asa" aqui e mudar a opinião de alguém na China? Quero ampliar meus horizontes e quero que minhas palavras encontrem pessoas que fazem diferença, mostrar esse jeito de pensar, essa atitude, um sorriso pela manhã ao invés de um grito com o filho...
E você, quer fazer parte do nosso Clube? Venha nos visitar: http://maesepaisblogueiros.com/. Aqui quem cresce são os pais!
"A mão que balança o berço é a mesma que governa o mundo" W R Wallace.

MEU Pai

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A palavra "pai" desperta muitos sentimentos diferentes de pessoa para pessoa, pois tem vários tipos de pais, os que são presentes, os que são ausentes, os rígidos, os que são amigos, os certinhos e os atrapalhados... Um pouco atrasada, vou falar do MEU. E a primeira coisa a dizer é que sei que ele não vai se importar de ler isso somente uma semana depois do dia dos pais.
Semana passada liguei pelo skype para dizer-lhe feliz dia dos pais e lhe disse assim, simples, com entusiasmo e carinho, mas simples: "Feliz dia dos pais!". Senti que não foi tudo o que eu gostaria de lhe dizer, mas sou melhor com palavras escritas do que faladas. Se eu tentasse falar sobre meu amor por ele e a gratidão que tenho por ser sua filha, eu iria chorar e não sairia muita coisa. Para completar, foi ele quem me fez uma declaração, falou que meus textos são lindos, que os emociona... para isso também não respondi muita coisa, ficou entalado na minha garganta, enroscou no nó e não saiu nada, não saiu nem o "Eu te amo", muito menos todo o resto que ficou lá dentro: meu coração que batia apressado, as lágrimas que se escondiam fazendo força para não sair, minha mão que tremia, a saudade e a vontade de abraçá-lo...
Registro aqui em palavras então, que muitas vezes o que eu demonstro é a pontinha do "iceberg" de sentimentos que se esconde em mim.
Meu pai quando eu era criança: Ele era aquele por quem eu tinha adoração, que eu vivia pendurada no pescoço, que se trancava com a gente no quarto e ficava brincando, contando estórias e nos fazendo rir muito com as vozes que fazia imitando cada personagem... No sítio da minha avó soltávamos pipa, pulávamos corda, pescávamos... Era meu pai barbudo. Eu devia ser muito pequena, porque nem lembro de meu irmão por perto quando aconteceu, mas lembro-me de ter ficado muito zangada com ele por ter cortado sua barba, não queria que ele chegasse perto de mim, queria meu pai barbudo... Crianças podem ser crueis. Lembro-me claramente da revolta por ele ter tirado a barba que eu gostava tanto... E ele tentava me convencer que ele era o mesmo, com um leve sorriso, pois estava achando engraçado eu gostar tanto da barba.
Meu pai na adolescência: Continuava sendo aquele em quem eu me pendurava no pescoço, porém com muitas brigas nos intervalos. Como pai coruja, era difícil convencê-lo de que eu precisaria ir a discoteca, paquerar, namorar... Meu gênio de adolescente já batia um pouco com o dele. Mas ele tinha toda a razão, hoje eu vejo, ele não era quadrado, ele me ajudou a chegar aqui. Eu aproveitei bem discotecas e saídas com amigas, apenas o fiz com moderação e muita bajulação para conseguir um sim... O que mais me impressiona é que ele disse "não" muitas vezes, para muitas coisas, em geral o que não tinha importância para meu futuro, mas conseguiu enxergar atravéz do meu coração quando realmente precisei de um "sim". Quando muitos pais mais liberais que o meu diriam "não", quando pedi para vir para a Hungria com um cara que conheci há um mês e muitos diziam a ele que era loucura deixar a filha ir, ele sabia, ele tinha certeza do seu sim, ele enxergou nos meus olhos e sentiu que era o certo. E era mesmo, graças a ele, eu hoje sou muito feliz e tenho a certeza que encontrei a metade que me faltava. Ele soube me guardar e cuidar, para entregar nas mãos da pessoa certa. Eu só espero enxergar através dos olhos dos meus filhos da mesma maneira, quando chegar essa hora.
Meu pai de sempre: Ele é uma pessoa justa, honesta, que preferiu muitas vezes lutar a pegar o caminho mais curto fazendo o que era errado. Nos deu exemplos de como uma pessoa deve agir e vencer sendo admirado pelas pessoas e não pisando nelas. Lutou muito na vida desde sua infância de menino pobre - que tem histórias que nos faz rir muito, mas que sei que na realidade não foram tão engraçadas - até chegar onde está hoje, respeitado e com muitos amigos. Um pai que é a imagem que olhamos quando pensamos no que seria a coisa certa para se fazer.
Meu pai, eu poderia escrever um livro sobre você, quem sabe você deva escrevê-lo, não é mesmo? Já que esse também é um dom que você tem.
Vou terminar escrevendo o que eu deveria ter dito na semana passada: Obrigada por tudo. Pela imagem de homem de bem, pelo zelo e sabedoria na hora de nos dizer "não", pelo carinho e muitos risos que nos proporcionou sempre, pelo amor que sempre deixou claro, por ser tão presente e indispensável a nossas vidas. Te amo muito e só estou aqui e feliz por você ter sido MEU PAI.
Feliz dia dos pais, mais uma vez.

Comentando a vida

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Escrevi muitas vezes sobre a força que os comentários tem sobre mim, mas creio não ter deixado tão claro a importância de cada linha que me escrevem.
Quando criei esse blog, o primeiro blog da minha vida, eu não sabia o que esperar, nem ao menos costumava ler outros blogs. Ao criá-lo, não pensei em elogios ou apoio, eu precisava de uma maneira de medir minha escrita e críticas para melhorá-la, era "o começo". Seria minha escrita realmente boa o suficiente para que alguém perdesse tempo com alguma história que eu escrevo? Na verdade não acreditei no crescimento do meu blog, achei que receberia alguns elogios da família e algumas críticas do resto do mundo, pela prepotência de achar que escrevo bem, mas que meu público ia ficar naquilo.
Logo que publiquei meus primeiros posts fui surpreendida. Eu realmente estava recebendo elogios da família, mas isso incluia pessoas que eu não via há muito tempo, pessoas que eu não tenho idéia como descobriram meu blog e que me relacionaram ao meu avô. Meu avô era um poeta e contador de estórias, entre outras milhares de coisas que fazia muito bem, como domar cavalos, por exemplo. Ele tinha uma compreensão diferente dos acontecimentos e das pessoas, a pesar de não ter escolaridade, era um sábio e sempre que falava, todos paravam para ouví-lo, pois realmente valia a pena. Jamais tive a ousadia de me comparar com ele, a não ser pelo enorme amor pela família que eu, assim como ele, tenho e preservo. Ler em comentários essa comparação foi, com certeza, um momento alto em minha vida, uma revelação de uma centelha - mesmo que muito pequena - dele que brilha em mim. Senti a presença dele em meu ser, em alguns gestos e fundamentos das minhas reflexões. Isso fez-me pensar na minha vida pelo ponto de vista dele, o que ele diria da minha história e foi aí que escrevi "Domadora de cavalos". Esse título foi inspirado nele, que tinha orgulho de dizer que foi tropeiro e domador dos melhores, batendo no peito e mostrando sua força em plenos 80 anos de idade. Homem forte que nunca se abateu e que fez exercícios até seu último dia de vida, jamais admitindo ficar doente de cama. Meu avô tinha uma sabedoria e compreensão de vida tão grandes que escolheu a hora de morrer e apagou sem dor, quando achou que era a hora, nos braços da minha avó, como ele mesmo havia previsto que seria.
Meu irmão escreveu-me o melhor parabéns da minha vida no aniversário desse ano, quando escrevi um post de aniversário para nós dois, que temos as datas muito próximas e declarar tudo o que eu deveria ter sempre dito milhares de vezes a ele, mas que o dia a dia acaba apagando da lista de  afazeres. Meus pais declararam seu orgulho por mim mais que nunca, não que eles não o fizessem sempre, mas agora recebo um carinho deles a cada semana e vê-los emocionados com minha declaração ao meu irmão e sua resposta depois foi um presente que o blog me proporcionou. Ao escrever "Eu e o monstro", meu marido me revelou uma outra parte de mim, a imagem que eu sempre quis ver no espelho e que ele enxergou tão bem com sua "lente do amor". E foram outras inúmeras revelações feitas por parentes, amigos, desconhecidos, pessoas que também escrevem e que foram entrando no meu mundo...
Os comentários foram chegando e eu me viciando com esse relacionamento contagioso de "eu abro meu coração e vocês enchem de força". Cada nova postagem, uma espera ansiosa pelo ponto de vista de quem lê e depois de cada comentário, a surpresa em descobrir que mais gente se sente como eu, uma força gigantesca para vencer meus medos e obstáculos, descobrir novas partes de mim que eu não conhecia, fazer com que eu olhe para mim mesma e queira ser uma pessoa melhor, meu cenário todo iluminado por novos refletores, vindos de outros olhos. Eu no palco, fazendo meu monólogo, mas o mais importante: Os aplausos no final, aquele público que faz com que eu sente em frente ao computador e pense sobre quem eu sou e que impacto eu quero causar ao mundo.
Meus textos talvez não tenham o poder de mudar o mundo, mas seus comentários, com certeza, melhoram o meu. Pra que lapidar-me sozinha, se tenho a ajuda do mundo?

Lente do amor.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011



Para quem não leu o meu último texto, "Eu e o monstro", falei sobre minha insegurança e de como me sinto em vários momentos na minha vida, inclusive agora. Medo do que vem pela frente e sensação de ser uma pessoa fraca.
Nunca me enxerguei como uma mulher forte, na verdade me sinto bem pequena por diversas vezes, não só pelo fato de medir 1,53m, mas também por esse sentimento de ser minúscula diante dum mundo tão grande.
Meu marido lê meus textos, sempre que pode, antes de serem colocados no blog, e ele é meu leitor mais exigente, fala o que acha que não está bom, ou se sente falta de alguma explicação. Diria que ele é um ótimo controle de qualidade.
Quando ele leu meu texto essa semana e o quanto me sinto insegura, sua reação foi diferente, ficou pensativo e por fim disse:
-Está ótimo, mas não é verdade.- Sério e direto.
Eu precisei de um segundo, balancei a cabeça e perguntei:
-Como assim não é verdade? Eu me sinto assim, descrevi cada sentimento meu! Eu sou assim.
Mas ele discordou e começou a me dizer o que ele vê, meu portifólio de grandes feitos corajosos, para o qual nunca olhei. Começou me provando que não posso ser insegura, pois em uma briga sempre me agarro ao que eu sei e acredito. - Certo, sou boa de briga, mas não quer dizer que sou segura. - Depois mostrou-me o significado de ser uma pessoa insegura. - Uma pessoa insegura não tem onde se segurar, não sabe no que acreditar e não tem opiniões próprias formadas. - E então mudou minha vida, outra vez, dizendo o que jamais ouvi e enxerguei:
 - Amor, como você pode ser insegura se quando não tínhamos nada para nos segurar, nos seguramos em nós mesmos, no que sabíamos e acreditávamos, para que pudessemos convencer outros e vencer obstáculos? Quando não sabíamos como poderíamos nos ver novamente ou quando, você estava tão segura de si, que seus pais apoiaram. Não foram outras pessoas, foi você e sua segurança que nos trouxe aqui! Você sabia o que queria, nós juntos, os filhos, a casa... Você soube a hora de ir para o Brasil tentar e estava segura na hora de voltar para a Hungria. Eu, muitas vezes me seguro em você! Você sabe melhor que ninguém onde quer chegar e chega lá.
As palavras dele me calaram. Foram vários os exemplos, mas eu estava tão confusa... Senti uma emoção diferente, vontade de chorar e orgulho de mim mesma, como se ele estivesse me apresentando a um novo "eu". Seria eu essa pessoa forte de quem ele estava falando? Eu reconhecia os fatos, mas nunca vi aquela personagem, aquela heroína que ele enxergou desde o começo. Eu precisei de tempo para pensar em mim como aquilo tudo que ele me contou. E por que eu não me enxerguei assim nunca? Por que ainda é difícil enxergar?
Engraçado que a Carolina que ele apresentou foi a que sempre sonhei em ser. Fiquei pensando se ela realmente existe dentro de mim, se está esperando o momento que eu acredite nela para tomar seu lugar no meu espelho também, onde meus olhos também seriam hábeis para ver o que os do meu marido vêem há tanto tempo. E que revelação seria ver essa Carolina gigante, em contraste com a baixinha tímida que conheço...
As pessoas acham que conhecem a si mesmas, mas vem um olhar de fora, uma lente diferente, que vê além do que elas mesmas sentem, por baixo de roupas, pele, sentimentos e frustrações, a alma pura de como deveria ser se não estivessem ali os medos e todo o lixo que elas vão acumulando durante a vida, tudo de mal que falam delas e que acabam acreditando...
Pessoas de muita sorte as que tem um raio X como o meu, uma lente do amor, para levantá-las nos momentos de fraquezas e mostrar-lhes uma imagem revolucionária, alguém que nem elas e nem outros no mundo acreditariam que existe. Alguém que mostra o tipo de pessoa que você pode ser, se buscar aquilo que ele enxerga no fundo do seu lago turvo. Um ídolo de você mesma para seguir.
Obrigada amor, por enxergar minha alma. Em VOCÊ é que me seguro, minha fonte de força. E se sou tudo isso o que você vê, é possível somente por um motivo, por estar ao seu lado e ter, como força, o seu amor. Você me dá motivos para lutar e, com sua lente mágica, me mostra o tipo de pessoa que posso ser.

Eu e o monstro

sexta-feira, 29 de julho de 2011

É essa ansiedade que venho sentindo... Ela me persegue e fica em meu calcanhar, tentando me abocanhar, me puxa com suas mãos gosmentas, tirando meu sono e provocando tremores. Tento pensar em outra coisa, mas não dá, está ali: tenho que fazer isso, tenho que fazer aquilo, será que consigo fazer isso e aquilo? Por que não posso fazer tudo com calma e segurança? Será isso mais um produto da minha falta de auto-confiança? Com certeza!
Gostaria de me livrar desse monstro que me persegue(a falta de auto-confiança), me atrapalha demais e segura em muita coisa que quero fazer, põe obstáculos e os deixa de um tamanho assustador. Queria, por exemplo, dirigir. Mas e a confiança? Racionalmente eu sei que não vou sair por aí batendo e atropelando tudo, sei apertar o acelerador e sei  brecar, então qual o problema? Bom, o medo não é racional, quando me coloco atrás do volante vem um pânico repentino, que toma conta de todo o meu raciocínio, ele anestesia meu cérebro e por consequência sinto meus braços formigarem, meu coração se assusta e quer sair correndo pela minha boca, aos galopes, e para que ele não saia, engulo seco e respiro como alguém que está com falta de ar, eu começo a tremer e tenho vontade de chorar e sair correndo. Tudo isso antes mesmo de ligar o carro. Quando ligo, respiro fundo e olho dez vezes pra cada lado, sem tirar o pé do freio, e penso - Tenho que sair, tenho que sair, ai meu Deus, tenho que sair! - E saio quando meu marido fala mais duro: Vai!
 Por quê? Não sei, é assim. Meu marido tem me obrigado a dirigir as vezes, mas odeio! Ele tem fé de que um dia vou agir normalmente, que vou enxergar que o que está nas ruas são carros e não tanques de guerra e que ninguém vem pra bater em mim - todos fazem o possível para não fazê-lo - e que minha neurose vai sumir. Será? Até melhorei, acredite se quiser, antes eu realmente chorava, não só sentia vontade, e as vezes parava no meio de tudo, numa crise de pânico e tínhamos que trocar de lugar. Hoje em dia só penso em chorar e desistir, mas dirijo, é uma grande conquista, eu morro de medo, mas faço. Já cheguei a dirigir em viagem, mas quase petrifiquei meu braço de tão forte que segurei o volante e de tanta tensão. Não houve problemas, mas o pânico não me deixa ver que tudo está indo bem e posso relaxar. É como se um alienígena me roubasse a razão e eu viro um zumbi amedrontado, guiada pelo medo e não por mim. No entanto, não é só essa a causa das minhas ansiedades...
Ultimamente tenho outras razões, outros medos... Começar algo, uma carreira, as vezes me deixa em estado de êxtase, as vezes em pânico total. Algumas vezes estou super animada, outras com vontade de fugir do mundo... Queria tanto ser mais confiante! Eu sei que sou capaz, mas ao mesmo tempo tenho o medo de não ser. Meu marido não vê esse medo e não sei se é normal, talvez seja produto do desconhecido apenas, mas tento não parecer uma louca instável e procuro me segurar nos pontos em que acredito. E eu acredito que posso. Apenas esse medo insensato que não ouve que sou capaz, por mais que eu grite! Ficam as ondas de arrepios, os pensamentos ruins e eu chacoalho a cabeça e digo os prós, numa luta com o monstro alienígena. É uma briga difícil, vai se arrastando por todos os "rounds".
Lembrei-me de quando comecei a escrever no blog. A primeira vez que exponho meus medos e angústias, sonhos e besteiras, tudo o que faz parte de mim, para o mundo poder julgar. Preparei-me para ouvir coisas que não me deixariam feliz, mas elas não vieram. Lembrei daquelas horas que deixei meu texto esperando antes de colocá-lo na net, com o mouse preparado em "postar"... eu imaginei o rosto de cada pessoa que poderia ler o texto e meu rosto ficou vermelho umas mil vezes naquele dia, mas nada de ruim aconteceu. Depois daquela postagem, daquela ansiedade, tudo o que veio foram frases tão boas que só me empurraram para um novo texto e toda semana o mesmo acontecia, empurrando-me para a auto-confiança no que eu faço. Hoje não tenho medo. Sei que tenho o que melhorar, mas sei que assim mesmo muita gente irá me ajudar, seja nos momentos difíceis, seja nos felizes, vou ler o combustível da minha inspiração, os comentários de amigos velhos e novos e até de desconhecidos que nem imaginam o bem que me fazem, o quanto representa a força das suas palavras para essa insegura aspirante a escritora.
Enfrentar a situação é o melhor jeito de sair dela e o único jeito de sair ganhando. Se você não entra no jogo, perde por W.O.. O monstro da ansiedade só pode ser derrotado passando por ele, no meu caso ele sempre está lá, entre mim e o objetivo e não posso dar meia volta, não costumo dar. Sou insegura, mas terrivelmente teimosa e não aceito perder tão fácil. Uma combinação sofrida, mas que já deu muitos resultados. Mais uma vez enfrentar um monstro, mais uma vez só conseguir dormir tarde da noite após desmaiar enquanto leio um livro... E será mais uma vez que chego onde eu quero? Que comece a luta para sabermos quem ganha...

O silêncio cala.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sons, música, barulho, movimentos...
                Não sei qual foi o momento em que perdi minha musicalidade. Música pra mim era como o ar, eu ouvia, cantava e dançava o tempo todo e sofria terrivelmente quando ficava rouca, por não poder cantar direito, o que não me impedia de cantar daquele jeito mesmo, e por isso ficava semanas para sarar de uma rouquidão, era simplesmente impossível fechar a boca e não cantar. Minha vóz, em geral era rouca e eu já havia aceitado isso como fato "tenho uma vóz rouca", mas na verdade, eu estava com uma rouquidão persistente e constante pelo simples fato de não deixar minha garganta descansar.
                Quando eu estava triste,  o que na minha adolescência era bem comum, pelo fato de sofrer o tempo todo por não achar meu verdadeiro amor, minha metade, alma gêmea...- pois é, eu era bem dramática, vivia com intensidade todos meus sentimentos - então ouvia músicas românticas e dilacerava-me com as palavras e a melodia, chorava horrores e cantava com todo o meu coração, e garganta, é claro. Mas meus sentimentos passavam muito rápido da alegria para tristeza e vice-versa, certos momentos do meu dia eram cheios de samba e música de carnaval, quando eu dançava e cantava vendo o mundo todo colorido. Outros momentos eram preenchidos com Rock do estilo Iron Maiden, Angra, Ozzy, Helloween... e esses variavam entre momentos felizes e dançantes e acessos de raiva e brigas com os pais, nessas horas eram muito úteis, pois eles gritavam por mim, e gritavam, e gritavam, até me acalmar. Será que mais alguma pessoa no mundo já usou rock para se acalmar? Acho que isso era loucura minha.
                Em resumo, meus sentimentos, meus dias, minha existência era plena de música.
                Agora não ouço mais, não danço, não canto e não estou feliz por isso. Sinto falta do instinto natural de cantar, não está mais em mim e mesmo querendo, parece um esforço, não é nada natural abrir a boca e começar uma canção, um ato quase que cansativo. Será que isso é como um exercicio diário? Precisa de esforço para recomeçar? Um vício que eu perdi?
                Sei que minha quebra com o excesso de som aconteceu por ter vindo para a Hungria. A Hungria é um lugar calmo e muito relaxante, não tem carros de som pelas ruas e os carros normais também não costumam ouvir música numa altura para que as pessoas que estão fora do carro ouçam, nem pra avisar que estão chegando. O trânsito não tem volume alto, não buzinam tanto, não gritam no seu ouvido para anunciar ofertas, não colocam palhaços num alto falante na rua e nem mesmo se vê muitos bares de karaokê. É bem relaxante sair ao sol num dia de primavera e curtir o barulho da natureza e das crianças brincando... mesmo no centro da cidade, o barulho da calma. Uma delícia para se ler um livro, ou se concentrar num trabalho. Alguns sentam em um café com seu laptop para trabalhar tranquilamente, é inspirador. Você ouve o barulho da vida, das coisas acontecendo e as vezes o som de um violão tocando, ou uma harmônica, como nos filmes em que aparece paisagens de cidades européias, eu achava que era apenas trilha sonora, mas por aqui tem mesmo aquele som, ou até mais tranquilo que isso. Quando estamos no inverno é possivel ouvir-se o som do silêncio, quase que possivel ouvir os cristais de floco de neve caindo lentamente e tilintando. Quando neva os carros não saem de casa, muita gente teme que os pneus escorreguem e o carro perca o controle, então as ruas ficam muito calmas, somente pessoas andando, mães com seus bebês pequenos nas portas das casas, mostrando-lhes os primeiros flocos de suas vidas e a consistência da neve, nem um som além das botas de neve amassando o gelo fofo, fazendo um barulho único, difícil de explicar a quem nunca ouviu, mas mais ou menos o barulho que faz uma raspadinha assim que vc enfia o canudinho, um som bem sutil, mas que nesse grande silêncio se torna alto e perceptível. O Frio cala ainda mais as pessoas, que andam com seus cachecóis enrolados do pescoco até o nariz.
                Já no Brasil tudo é música, tudo é som e rítmo, as pessoas falam alto, riem alto, cantam nas ruas, assoviam e cantarolam notas sem parar, um som se mistura ao outro e um centro de cidade sempre tem um zum zum zum, fora as músicas que vem das lojas, as pessoas fazem propaganda em microfones, carros com aparelhos de som que ocupam todo o porta mala, para não ter dúvidas, já que no tumultuo alguém pode não ouvir a música que eles estão ouvindo... uma bagunça de sons, rítmos, conversas, risos e anúncios em um zumbido que nunca acaba. Um pouco estressante, mas posso dizer que animador. Rítmo em tudo que se vê, pura musicalidade. E para quem nasceu no meio desse barulho, apenas um lugar seguro para fazer seu próprio barulhinho, assoviar, cantarolar, na rua, em casa ou em qualquer lugar que dê vontade...
                Costumava cantar dentro do ônibus junto com minha prima, na faculdade com minha melhor amiga, em casa por todos os cantos sozinha e é claro, em muitos karaokês.
                Dentro de casa sempre havia um som, um disco tocando ou mesmo minha mãe cantando enquanto preparava a comida. Até meu irmão, considerado uma pessoa muito calada para os padrões de um brasileiro, soltava sua vóz num incrível dueto com Freddie Mercury, uma reação completamente normal e cotidiana, que nem me chamava a atenção. O simples fato de lembrar do meu irmão cumprimentando seus amigos com música "Plaster..." e a resposta "caster", agora me faz pensar o quão musical era tudo.
                Cheguei a pensar se seria por causa da adolecência, quando se é adolecente a música tem muito sentido em tudo o que se faz, mas depois penso em minha mãe cantando e todos os dias da minha vida em que ouvi seus discos dos Beatles, Simon and Garfunkel, Elton John, entre outros clássicos, e se torna claro pra mim que eu fui a única que perdi a musicalidade. Como podia eu cantar no silêncio de uma casa, onde morava junto com minha sogra, que mal conhecia na época? Cantei muito tempo em pensamentos, repassava as músicas que sabia na cabeça e fazia um enorme esforço para não abrir minha boca. O que as pessoas iam pensar de uma única pessoa cantando feito doida nas ruas, ou mesmo cantarolando algumas notas? Fui engolida pelo silêncio relaxante, que continuo achando uma maravilha a maioria do tempo, mas que calou minhas músicas e tirou meu instinto de cantar.
                Agora tenho minha própria casa e minhas duas crianças que pedem para que eu cante todos os dias antes de dormir, o que costumo fazer com prazer, mas tenho certeza que eles não se importariam que eu cantasse durante o dia e eu queria que eles conhecessem esse mundo musical em que vivi, porém estou muda. Me falta o rítmo, me dói a garganta e cansa, cansa muito. Só há um jeito de fazer voltar meu "eu cantora", forçá-lo  a aparecer e como numa amizade nova, convidá-lo sempre que tiver oportunidade, até que se sinta a vontade e apareça a hora que bem entende. Meu "eu cantora" é um estranho, com quem devo reatar relações.

Férias nos Alpes Austríacos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Depois de uma despedida e um ou dois dias abaixo da média da minha boa vontade, aparece minha salvação: Uma viagem em família!
Decidimos ir até os alpes austríacos, numa viagem que fizemos há 2 anos e gostamos muito.

Nuvem de silêncio.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um silêncio ensurdecedor se apodera da casa, nada de risadas altas, nem musiquinhas para crianças, piadas ou planos para o dia. Tudo parado. Minha família sai pela porta e esse marasmo toma conta da nossa casa, vai entrando e se empreguinando em tudo, lentamente,  esgueirando-se pelos cômodos, deixando o ar pesado, tudo lento... Sinto-me lenta e sem energia, sem vontade. Vazia. O coração batendo num misto de saudades e vontade de chorar.

Tic tac tic tac... corre corre corre...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Como escrever com 2 crianças gritando no seu ouvido e milhões de afazeres ocupando sua atenção?
Deveria existir um guia sobre isso...
Estou eu aqui, às vésperas de postar meu novo texto... mas que texto?
Marido viajando a negócios e crianças gritando e brigando sem parar, atirando coisas pelo ar e eu cansada de falar "não" e "pára"...

Feliz aniversário pra nós dois!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Era uma vez, uma menininha de cabelos pretos e fininhos e que usava chiquinhas, que ganhou de aniversário um presente muito especial, um irmãozinho. A partir desse dia seus aniversários também ganharam um significado muito mais especial...
Sim, essa menininha sou eu e meu irmão chegou 3 dias antes do meu aniversário de 2 anos. Como presente, eu pude carregá-lo no colo assim que ele chegou do hospital e esse presente é a imagem mais antiga que eu tenho. Lembro-me exatamente da cena: eu sentada, rodeada de adultos prontos para pular, caso eu fizesse um movimento suspeito, com ele no colo, pequenininho e enrolado em cobertores. Lembro da sensação de orgulho e felicidade por segurar aquela coisinha pequena. As imagens são apenas alguns flashs de lembrança, mas estão lá e marcam uma das coisas mais importantes que aconteceram na minha vida, meu irmão Daniel.

Blogagem Coletiva: Quem cuida dos nossos filhos. (Hungria)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Quem cuida?
Eu, eu, eu, papai, eu, eu, papai, eu, eu, eu, sogra, eu...
Aqui em casa é mais ou menos isso, sou eu durante o dia todo, meu marido me ajuda em tudo depois do trabalho, até mesmo trocar fralda, não deixa nenhum assunto de lado, ele é uma grande ajuda realmente, ainda mais agora que dei de escrever.

Era ela... Era quase ela...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Era ela... Era quase ela...
Com seu cabelinho branco, levemente acinzentado, já com o permanente mais soltinho, uma saia pelo joelho, da mesma cor bege - a saia de sair - e o casaquinho branco, com camisa branca por baixo... Era minha avó, com um detalhe que na hora foi esquecido, minha avó já não vive e eu estou na Hungria, no centro de Pécs...

Para escrever sobre amor...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Para escrever sobre amor, para escrever sobre sentimento, vida, sonhos, felicidade, realidade, preciso escrever sobre você, a pessoa que me ensinou o sentido dessas palavras e mais uma série de outras também. Poderia escrever um dicionário de você, com vários verbos, substantivos e adjetivos que tenham apenas um significado: Zsombor(pronuncia-se Jombor).

Brilho do sol, reflexos da lua.

sexta-feira, 3 de junho de 2011




Sol, calor, brilho, vida, sorrisos... Costumo dizer que sou movida a energia solar. Sempre amei o verão, mesmo enquanto morava no Brasil e via o sol brilhando alto e forte até mesmo no inverno, ininterrupto, exceto pela noite, mesmo com sua força excessiva, ardida e teimosa. Agora, aqui na Hungria, sou ainda mais devota a esse astro maravilhoso, já que passo meses vendo-o fraquinho, bem de longe, acenando com seus poucos raios, que chegam a minha pele tocando tão de leve, que mal se percebe sua presença em contraste com o branco da neve e os ventos frios. Esses me tocam com mais rapidez e fazem uma barreira congelada aos brilhos, intimidando, fazendo com que seus raios reflitam e dêem meia volta no tapete branco e silencioso, de natureza morta. Quando a neve se rende ao seu calor insistente e ele aparece com sua força, matando minha saudade de seu toque quente e acolhedor, me enche de sua energia e vida.

Lembrança, saudade, escolha, felicidade.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ultimamente a saudade tem me perseguido, creio que pelo fato de saber que em duas semanas verei meus pais. Estamos tentando fazer um costume das visitas anuais deles aqui e das minhas ao Brasil. Digo tentativa porque depende também de fatores mais complicados do que a vontade, depende de dinheiro. Mas para nossa família, mais do que um luxo de viajar para outros continentes, tornou-se necessidade de um encontro mais breve.

Sonhos e filosofia

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Não quero ser filósofa, nem sou psicóloga ou coisa assim. Às vezes, ao ler meus próprios textos pego-me a pensar que estou sendo pretensiosa tentando mostrar grandes lições de vida e com que direito? Desde que vivo, não tem muito tempo, creio não ser tão antiga, certas vezes ainda me sinto  uma criança... Também não sou tão sábia ou estudada no assunto. O que estou fazendo então? - Senti meu rosto corar. Minha auto-estima estava baixa enquanto pensava nessas coisas, imaginando pessoas lendo meus textos e balançando a cabeça, com olhares críticos, como os meus no momento, pensando "Quem ela pensa que é?", como eu acabara de pensar.

Blogagem Coletiva: Alimentação (Hungria)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A alimentação aqui na Hungria, entre a maioria dos adultos, é bem gordurosa, pois muita gente ainda usa banha para cozinhar, muito bacon, carne de porco e embutidos. Porém o costume de comer comida caseira é bem grande, sendo raras as pessoas que fazem de restaurante um costume diário. Aquelas pessoas que estão mais concientizadas, costumam usar mais carnes de frango e peru e produtos "Bio", que são os naturais, sem química, sem uso de agrotóxicos no cultivo.

Porque sou brasileira.

sexta-feira, 13 de maio de 2011


No final de semana que passou fomos ao cinema com as crianças, para assistir Rio.
Mesmo sendo garota do interior de São Paulo, não pude deixar de me animar com a idéia de uma super produção que se passa no Brasil e finalmente falando de seu lado maravilhoso.

Meninos tristes.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Texto sobre as dificuldades na pré-escola, amizades e comportamento.
Dêem uma olhadinha no link abaixo.

Homenagem de Dia das Mães.

domingo, 8 de maio de 2011

Cliquem no link e vejam a homenagem do blog Mães Internacionais a todas as mães do MUNDO!!!

Falta de atenção.

sábado, 7 de maio de 2011

Meu texto de hoje em Mães Internacionais. Clique abaixo para ver.

Domadora de cavalos.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Em algum momento da minha vida eu peguei as rédias do meu cavalo, que já acostumado a correr solto sem nenhuma direção, estranhou, empinou com uma sucessão de fatos novos e começou seu trote ainda arisco, mas para o lado que eu indicava.
Eu costumava achar que eu era a pessoa mais patética da face da terra. Quando criança tinha vergonha de tudo e era aquela única criança da classe que nunca se mexia do lugar, não falava muito, enfim, o sonho das professoras... o meu pesadelo...

O cahorrinho da páscoa.

domingo, 1 de maio de 2011

Chegou a páscoa, tudo organizado. Meu marido, Zsombor, conversou com um amigo que cria coelhos sobre deixar um coelhinho passar o dia de páscoa conosco e as crianças já estavam ansiosas, sendo que o coelho havia deixado um recado que onde as crianças fossem boazinhas ele passaria o dia... O que a gente não faz para ver um sorrisinho deles?

Abrindo o livro

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Todos nós temos histórias a serem contadas.
Certas pessoas precisam desesperadamente ligar para a melhor amiga e contar como foi o encontro com aquele cara incrível que acabara de conhecer, detalhe por detalhe - esse tema pode levar horas, talvez mais tempo do que se a amiga visse em tempo real - com direito a flashbacks e cenas em camera lenta, sendo muito importante descrever cada sorriso e posição exata do ângulo da boca e dos olhos... Outras contam aos filhos, ou netos, sobre os heróis da família, alguns usam a imaginação criando contos maravilhosos que nos fazem sonhar... Todos nós guardamos algo para ser dividido.

Por que eu escrevo?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Por que eu escrevo?

Qual o sentido de tudo isso, essa exposição de sentimentos e nudismo da alma, a transparência e o desprovimento de segredos, que me deixam a mira de todos os olhos, de braços abertos para levar um tiro de uma crítica negativa? Eu abaixo toda a minha guarda e me escancaro ao mundo a troco de quê?

Blogagem coletiva: Amamentação (Hungria)

terça-feira, 19 de abril de 2011

A amamentação é um momento muito íntimo entre a mãe e o bebê, por isso por cada mãe é vivido de uma maneira diferente. Cada mãe tem um motivo por amamentar ou não e a única certeza é que todas tomam a decisão com base no grande amor que sentem pelo seu bebê. Toda decisão vinda do coração é uma decisão certa. As emoções e momentos que vou descrever são exclusivamente meus, podendo coincidir ou divergir de outros.
Para mim a amamentação foi um momento esperado com grande ansiedade, eu desde o começo da gravidez sonhava em alimentar meu nenê e já tinha milhares de expectativas.
Assim que meu primeiro filho, Zsombor, nasceu não pude logo colocá-lo no peito, como em um dos meus planos. Eu planejava tê-lo de parto natural e logo depois colocá-lo no peito, mas deu uma cesária - sou pequena e por isso ele não conseguiria vir naturalmente - e não o peguei no colo até o dia seguinte.- Aqui na Hungria eles dão grande importância ao parto natural e é possível tentar amamentar logo depois do parto.- Fui para um quarto de observação, longe do berçário, - na época ainda era ssim, hoje em dia o período de observação é na própria ala de maternidade - só podendo ver meu bebê 2 vezes  durante o dia todo e na visita breve de 15 minutos, que mais me pareceu 1, de tão rápido, ele não pegou meu peito. Fiquei muito decepcionada e sem saber o que faria com todas aquelas expectativas vivas em mim...

O momento perfeito.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quando pensei em recomeçar a escrever o livro que deixei de lado há tantos anos, logo veio à minha cabeça a correria do dia-a-dia, meu tempo com as crianças, com meu marido, os textos do blog e mais um turbilhão de coisas girando sem deixar espaço, ou chance de sair sem ser atirada longe.
Há anos comecei um livro sobre mim e os meus sonhos deixando de ser apenas sonhos para se tornarem realidade. Mas naquela época eu não parava para escrever e depois de um tempo o abandonei completamente. Eu não tinha tempo porque ainda estava desenvolvendo minha história, ainda estava lutando pelo famoso "final feliz". Era saudade dos pais e família, adaptação a uma nova cultura, uma língua terrivelmente difícil para aprender, vistos que duravam todo o verão para serem feitos, com a ameaça terrorista implícita de nos separar, muitos pesadelos e obstáculos... ainda tinha que prestar muita atenção no desenrolar de tudo o que acontecia. Como poderia eu criar um livro enquanto passavam cenas decisivas dele?

A escolha.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

                Viver em outro país é uma experiência extremamente fascinante para uns, ou incrivelmente triste para outros. Mas ser feliz ou triste, na minha opinião, é uma questão de escolha.
                Eu escolhi ser feliz e encarei, desde o começo, tudo como se fossem todos os meus sonhos se realizando, decidi ver sempre um "copo meio cheio" à minha frente e enxergar todas as belezas do país que viria a ser minha nova casa.
                Maravilhei cada novidade daqui, a temperatura maluca, que sobe e desce, a neve, as flores, o calor seco e verde da vegetação do verão, a volta do frio repentino com tons de vermelho, amarelo, marrom e roxo, que passaram a ser minhas cores preferidas, desde que vi o outono colorido... a culinária, tendo como seu tempero básico a páprica, pimenta e o bacon, tudo com um gosto característico de Hungria, até mesmo um prato tão universal como a pizza se torna mais húngara... a calma das ruas durante o dia, o alvoroço da noite, já que moro em numa cidade cheia de universitários e perto do centro, as festas vão de segunda a segunda... o jeito reservado do húngaro, que fica tão aberto quando bebe, com direito a declaração de amor e abraços- bom, isso talvez seja universal entre os homens- sua receptividade com relação a mim... Poderia encher páginas e mais páginas de coisas que amo aqui, mas isso são meus olhos e minha decisão de ser feliz.

Dias de lua virada.

sexta-feira, 1 de abril de 2011


                Que canseira louca! A casa uma bagunça, um texto a ser escrito e os meninos correndo a minha volta, gritando, brigando, saltando de lugares altos, num dia daqueles que a lua virou do avesso deixando as crianças todas enlouquecidas.
                Tem certos dias,  e eu ainda não achei explicação para o fenômeno, que as crianças ficam incontroláveis. E não uma ou duas... todas! Eu os chamo de "dia de lua virada". Foi a explicação mais próxima, tendo analisado todas as outras possibilidades populares, com base nos meus dois filhos de quatro e dois anos.

Obra prima da lembrança.

sexta-feira, 25 de março de 2011

   Semana passada fizemos uma viagem de quatro dias, eu, Zsombor e os meninos.
   Aproveitei esse tempo para gravar algumas imagens em minhas lembranças. Tenho essa mania, sempre que posso, principalmente com relação aos meninos, tento gravar coisas pra mim mesma. Não são coisas que se possa gravar com uma câmera, gosto de enxergar as peculiaridades de cada um, gravar o cheiro e a sensação do momento, colocar tudo em uma caixinha pra poder pegar em outra ocasião e olhar novamente, como uma foto 3D, que além das imagens, mostram-me sentimentos.

Profissão: Dona de casa.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Foto via http://ingilizce.masaldiyari.net 
Acordei inspirada para trabalhar e começar a escrever imediatamente...
Imediatamente após levar o Zsombi, meu filho mais velho, até a escolinha, dar café da manhã para o Hunor, meu caçula, limpar o banheiro (que não podia esperar de jeito nenhum, levando em consideração que em casa moram três homens e isso é trabalho indispensável de grande frequência), passar aspirador nos quartos, consertar o aspirador (que resolveu encrencar justo hoje, só pra me desafiar), terminar de limpar os quartos, lavar a roupa, a louça, o almoço, correr buscar o Zsombi da escolinha, estender a roupa, guardar as que já estavam secas, dar café da tarde para as crianças, passar pano no resto da casa e finalmente comer algo... Claro que em todo meio tempo umas paradas obrigatórias para dar água para o Hunor, ver e elogiar o foguete de Lego, pegar um brinquedo do alto para o Zsombi, separar a briga e mais mil coisas que podem aparecer de cinco em cinco minutos, ou menos...

Nua e Crua.

terça-feira, 15 de março de 2011

Criar um blog na internet não foi uma tarefa tão fácil quanto pensei que seria. As dificuldades vão além dos obstáculos colocados pela falta de conhecimento na área.
Foram algumas horas tentando descobrir como funcionava e mais outras horas pra deixar do jeito que eu queria. Escolher papel de parede, fazer o papel ficar ali, onde foi escolhido, pausas para respirar fundo, entrei numas dez janelas que me levavam ao mesmíssimo lugar e parei de bater no meu teclado assim que percebi que havia perdido a cabeça... respira... meu perfil não ficava do jeito que eu queria e voltei umas três vezes a estaca zero... sentia minha face queimar... não é possível, todo mundo tem blog e nem precisa de diploma! Não conseguia fazer com que meu texto, já prontinho e esperando, ficasse no seu devido espaço, fui obrigada a xingar a porcaria de tecnologia incompreensível e inútil, quando na verdade era eu que precisava de um tapa na cabeça...

Medo medo medo...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Escrever, escrever... Só pensei em escrever e deixar que os outros leiam meus pensamentos e confissões mais íntimos. Decidi ser escritora e descobri que seria terrivelmente feliz com essa decisão. Que idéia brilhante! Palavras impressas e lidas... realmente uma vida glamurosa... Sempre amei escrever pra mim mesma, ou simplesmente para animar minhas amigas, para contar minhas aventuras e idéias malucas... Mas não tinha parado pra pensar o quanto seria difícil realizar essa decisão... Como ser uma escritora? Por onde começar?

O começo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Toda minha vida tive como fato irrevogável que uma de minhas paixões é escrever.
Lembro-me de imaginar como seria bom escrever um livro e, antes mesmo de aprender o ABC, eu fazia intermináveis rabiscos no papel, imitando uma escrita. E que lindo, que harmônico e calmante era ver aquele desenho! Meu livro...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...