Sabe quando você está tão feliz que não cabe em
si? Hoje é um dia assim!
Eu já tinha muitos motivos para estar feliz
hoje, meu filho tirou notas boas na prova, o marido foi elogiado pelo
maravilhoso trabalho como diretor de projeto, minha mãe chega hoje para me visitar,
depois de 1 ano sem vê-la, daqui 2 dias completo 10 anos de casada com minha
alma gêmea e melhor amigo... Mas aí vem aquela notícia que te transborda: meu
livro está pronto para impressão!
E sabe quanta luta e insistência isso
significa?
Escrever um livro foi uma aventura cheia de
surpresas e provações. Eu não tinha ideia em que estava me metendo quando
comecei tudo isso. Quando comecei a escrevê-lo, imaginava que a parte mais
demorada e mais difícil seria escrevê-lo, mas a edição mostrou-se um desafio
maior do que o esperado.
Claro que escrever foi algo desafiador, eu
passei por dias de criatividade e satisfação, também por dias que dá vontade de
jogar tudo pela janela, que não sai uma frase descente e que o branco toma
conta de todo seu campo fértil no cérebro... Porém, com teimosia e
determinação, fui escrevendo, fui fazendo um pouquinho por dia, nem que fosse
uma página, nem que fosse uma frase, mas ele foi saindo, afinal, dependia só de
mim.
Bem, a edição não é tão simples, não depende só
de mim. Aliás, fica totalmente na mão de outras pessoas, que poderão gostar ou
não, entender ou não e até recusar sem ao menos ler uma frase do que você
escreveu. Quem você pensa que é pra mandar a cópia para uma “grande” editora
como a nossa? Muito obrigada, mas não aceitamos desconhecidos... Claro, eles escrevem
com mais jeitinho, mas, em resumo, é isso aí...
Aí pode acontecer de seu livro cair na mão de
alguém que não gosta do seu estilo de escrever e que, mesmo aceitando trabalhar
com você, vai tentar modificar todo ele. Você trava uma luta com sua auto confiança
e, de repente, você começa a se questionar sobre a qualidade do que faz. Com a
constante crítica de um profissional, toda sua base vai se danificando até o
ponto de dizer “Chega! Eu sei o que estou fazendo!” ou “Certo, vamos mudar isso”.
Por sorte, ou melhor, por orgulho próprio e incentivo de pessoas que acreditam
em mim, eu disse “Chega!”.
Anos de tentativas e até mesmo eu, que sou tão
teimosa, quase desisti. Nesse meio tempo em que nada estava levando à edição do
livro, só pra que acontecesse algo nesse campo, eu encomendei a capa de um
amigo gráfico (por sinal, ele foi nomeado um dos melhores capistas da europa,
muito orgulho dele), assim, se não conseguisse editora, teria o trabalho
completo e bonito em mãos. Não seria o mundo editorial que me impediria de ter
um livro terminado, nem que ele não acontecesse “como manda o figurino”.
Até que um anjinho, uma talentosa escritora e
amiga, Aryane Silva, pede para dar uma olhadinha na minha obra, para dar alguns
conselhos. A Ary tem um jeitinho todo meigo de escrever, com o qual me
identifico muito, e se alguém poderia me dar uma luz, é claro que tinha que ser
ela! Passei meu livro para que ela lesse, sem pressa e esperando uns conselhos
de mudar aqui e ali, como já tinham feito. Mas ela o devorou, escreveu-me um
e-mail que me colocou aos prantos de felicidade, dizendo que estava do jeitinho
que tem que ser, que era emocionante e que iria me ajudar a fazê-lo acontecer.
Eu não sei se ela tem noção de quanto foi responsável pela minha felicidade no
dia de hoje, mas escrevo aqui, mais uma vez, que foi essencial! Depois de ler o
livro me colocou em contato com a Darda Editora, onde o editor também amou
minha escrita e apostou nela. E, mais uma vez, os elogios dele reconstruíram
todas as minhas bases de confiança no caminho que escolhi.
Foram meses de muito trabalho com a edição e um
capricho e respeito por parte da editora que eu já estava achando que não
existia nesse meio. Muitas consultas, lendo e relendo, arrumando todos os detalhes,
até chegar ao numerinho tão esperado da certidão do meu mais novo bebê: Grãos
de Areia!
A emoção transborda, a alegria esquenta o dia
frio da Hungria e de repente se torna primavera! O dia nasceu ensolarado e hoje
nem uma tempestade apaga meu sol interior.
Eu sei que esse é apenas um passo para se
tornar uma escritora, é o primeiro livro, numa pequena tiragem (espero ter que
encomendar mais), mas sei também que o primeiro passo é o mais difícil de se
dar, os outros vão ganhando embalo na caminhada, com um impulso dessa cabeça
dura aqui. Ainda vou bater a cabeça, vou me descabelar um pouco (ou muito), vou
receber críticas negativas (esperadamente, afinal só incomoda o que faz
barulho, não é?)... Mas eu vou caminhando, com meus pés pequenos, constante e
determinadamente.
Obrigada aos meus leitores, que foram o
combustível para acreditar que eu poderia fazer, aos meus amigos, que deram
muita força, minha família linda, que me apoia em tudo, meu marido, fonte da
minha inspiração, à Aryane, por me trazer de volta ao caminho, ao Levente, meu
capista talentoso e à Darda Editora, pelo trabalho maravilhoso que vem
cumprindo.
Viva o dia de hoje!
Grãos de Areia nasceu!