Para capturar a felicidade

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

 
 
Adquiri essa “mania” de buscar a felicidade. Na verdade, em grande parte, creio que ela se encontre no costume de aceita-la, sabe-la, enxerga-la no cotidiano. No entanto, passamos períodos onde ela se encontra encoberta, principalmente quando esse céu cinza e insistente resolve pairar por nossas cabeças durante muito tempo. O final do inverno é quase um final de maratona. Os dias frios são suportados com dificuldade e ansiedade para que chegue a primavera. Uma brasileira otimista, como eu, pode ter mais trabalho nessa época do ano e a inspiração, juntamente com a energia, encontram-se lá com o sol, acenando de longe, as vezes aparecem, mas não esquentam de verdade... É preciso de algo mais para atraí-las.
Então, assisti um vídeo muito interessante. Em resumo, dizia que os cientistas haviam encontrado o segredo para a felicidade: a gratidão. Assim que você agradece a alguém, automaticamente se tornará mais feliz, no mesmo instante.
Fiquei pensado em como uso essa fórmula e concluí que, felizmente, tenho esse costume. Talvez ele tenha sido sempre meu combustível para o inverno e a saudade, mesmo sem perceber.
Sempre fui bem-humorada e nunca gostei de demonstrar tristeza a outras pessoas... O que não quer dizer que nunca tenha me sentido triste ou sem esperança. A verdade é que passei por períodos onde me senti perdida, sem planos e mais pensando nos erros das escolhas do que em soluções para as mesmas. Porém, nãos gosto de olhar para a dificuldade como algo que marca presença na minha vida e, nessas horas, se tenho algo a agradecer, algo de positivo para dar, prefiro concentrar-me nisso.
Ter passado por grandes obstáculos, mostrou-me quantas mãos tenho para segurar e o sentimento de gratidão foi algo que se tornou parte do caminho. Passei a entender melhor meus pais e a dar razão a todos os “nãos” que havia recebido. Todos eles valeram aquele “sim” corajoso, que enfrentou a sociedade ao me apoiarem numa viagem para a Hungria, com meu namorado. Eles souberam que minha felicidade dependia daquilo. A frase exata que minha mãe me disse, assim que me deu a notícia de que iriam me apoiar nisso foi:
– Não queremos ser os responsáveis por você não ser feliz.
Eles, então, foram os responsáveis por minha felicidade.
Sou grata aos meus pais todos os dias, por essa decisão e pela maneira como enfrentaram o mundo pelo meu sonho. E eu sei que houve muito comentário maldoso, muito julgamento... Eles estavam certos e sabiam disso, porque me conheciam tão bem, porque confiavam em mim.
Eu tenho certeza que agradecê-los sempre me trará felicidade, porque nunca será o suficiente.
Desde que fiz o blog, escrevo sobre vitórias e gratidão e sinto-me uma pessoa incrivelmente presenteada pela vida. Talvez, justamente pelo fato de analisar todas as minhas histórias, de descobrir e documentar cada “obrigada”.
Adquiri a mania de agradecer, de ver a boa intensão... Ignorei as más, simplesmente cortando os poucos que me decepcionaram e deixando as histórias tristes de lado.
Existiram tempestades, mas prefiro falar dos dias ensolarados, e se for falar da chuva, que seja para lembrar que ela regou as plantas e fez brotar algo novo, um pensamento, um ideal, uma lição...
Pela felicidade, nós não reclamamos, ela aparece nos momentos em que um sorriso estampa seu rosto por reflexo, então é preciso agarra-la naquele instante e o melhor jeito de mantê-la presa, é agradecer pelo sorriso, seja qual for o motivo, assim, ele ficará registrado.
Dificilmente será encontrado em meu registro reclamação ou momento ruim, não porque sou sortuda e tudo caiu muito fácil no meu colo - porque eu lutei muito, chorei demais para querer repetir e lembrar - mas porque só ficam arquivados meus agradecimentos, meus troféus.
Que minha lembrança nesse mundo seja a alegria que consegui transmitir, as paisagens que descrevi, os suspiros que documentei e que a mensagem seja: é possível, se eu quiser muito.
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