E, de
repente, faz 18 anos que te conheci, com 18...
Ao mesmo
tempo que minha existência antes disso parece ter acontecido numa vida passada,
com memórias embaçadas de como era sem você, também sinto como se tivesse sido
ontem que te vi pela primeira vez, meio ao ambiente esfumaçado da discoteca, em
passos tímidos, dançando despreocupado, como quem nunca fosse olhar para mim...
E como eu queria que você olhasse na minha direção! Como eu tinha certeza que
nossos olhares se reconheceriam!
Eu estava
certa. O mundo parou quando nossos olhares se encontraram, depois girou enlouquecidamente
por mais 18 anos.
Quanto paradoxo
foi criado entre os anos que voaram ao seu lado e os momentos infinitos que
pararam o tempo, perdida em seus beijos, em seus olhos, em nossos problemas, em
obstáculos que pareciam não acabar, em momentos maravilhosos, como a primeira
vez que nos beijamos, a primeira vez que te vi carregando nosso filho, as milhares de vezes que fizemos nossos meninos rir...
Antes de te
conhecer, sempre me faltou um pedaço, algo que me desesperava, dava-me a
sensação de ansiedade, cheia de medo de que esse espaço nunca fosse preenchido...
Então, você me trouxe a calma de saber-me inteira. Ao seu lado, tenho os
melhores momentos e sinto uma paz indescritível! Eu olho ao meu redor e sorrio.
Às vezes, mesmo sozinha em casa, a felicidade de ter você e os meninos me
atinge com força, fazendo-me suspirar de amor pela vida que tenho. Metade da
sua vida, quase metade da minha, sentindo-me inteira, num amor adulto e brincalhão,
um amor que se fez perfeito, não pela falta de dificuldades, mas por ser muito
maior que qualquer uma delas...
Certas vezes,
ponho-me a pensar quais eram as chances de um garoto de 18 anos assumir um
relacionamento da maneira que você o fez e isso é aterrorizante! Mas aí me
lembro que ao seu lado foi tudo sempre tão certo e natural, esse medo nunca
chegou a existir, mesmo na loucura de tempo em que tudo se resolveu: você com
18, nós com o limite de 2 meses, seu pedido de casamento em 2 semanas... O
tempo nunca foi algo que obedecemos, não é? Desafiamos todas as convenções numa
viagem que prova a teoria da relatividade. E ainda hoje viajamos entre tempo e
espaço, nesse amor inexplicável, que só nós entendemos.
Não sei
quantas vidas já passamos juntos, mas ainda não será suficiente toda essa que
estamos vivendo agora...
Te amo por
inteiro, pela eternidade!