Alta noite, longa noite essa, da sua volta
para a Hungria. Estamos destinados a essas pequenas separações.
O relógio parou sem notícias suas, mas os
ventos, do lado de fora da minha janela, passam tão rápidos que parecem
lamentos de saudades e soam por volta da casa a te procurar, como se não
soubessem que você não está. O frio instalou-se de repente e eu sei que isso
vem da falta do seu abraço quente e dos seus apertões que me fazem rir com sua
justificativa: “O amor às vezes dói”.