O melhor e o pior de mim

quinta-feira, 25 de abril de 2013


photo from: http://canto-cigano.blogspot.com.br/2011/10/nem-piornem-melhoriguais-by-dany.html

Ser feliz tem seu preço?

Das coisas estúpidas que carrego comigo, uma delas é a crença de que minha felicidade tem um preço. Sou feliz a maior parte do tempo e nesses dias em que estou triste, esses dias contados já há mais de semanas quando estou longe de minha metade, eu chego a acreditar que é merecido, é minha parte de tristeza obrigatória por ano.

Mas que besteira é essa? Por que eu seria punida por ser feliz? Por que me sentiria culpada por ser mais feliz que muitos?


Posso sentir-me bem e feliz com minha família, no meu país, mas ao mesmo tempo falta, falta você! Sua presença física é necessária ao meu mundo materialista e carente. Seu amor presente e constante faz-se preciso em minha memória sentimental fraca, que como uma velha pilha recarregável, dura muito pouco longe da fonte. Fica um vazio bem no centro do peito, que pode ser mais agudo ou torpe, dependendo do momento.

Dos momentos: as noites são agudas, o sono é leve e o buraco é negro... Noites em claro, sentindo sua falta, sentindo o espaço frio ao meu lado na cama. Uma saudade que aperta o peito tentando imaginar apertar suas mãos entre as minhas, um frio que me cobre na falta do seu abraço. Sou ao mesmo tempo vazia e cheia de algo pesado que carrego. Nessas noites escuras, nem mesmo a inspiração me acompanha e meus dedos são obrigados a digitar qualquer coisa que expresse esse grito que está preso em minha garganta.

Sou feliz, mas não estou feliz sem você. Estou feliz por rever pessoas amadas, mas não sou completamente feliz sem você. Sou contradição, alegria e tristeza, gratidão e insatisfação, caos...

Não tenho direito de reclamar porque ganhei da vida o que mais sonhei: um grande amor eterno, um desvario, uma metade que me faltava, a perfeição de ser apaixonada - e correspondida no mesmo grau - por meu melhor amigo.

Mas seria isso mesmo? Pagamos por algo que recebemos ou eu acredito tanto nisso, no medo de ter uma vida tão perfeita, que acabo passando por momentos assim de alguma forma? Eu crio minha tristeza para sentir-me em troca com o mundo? Por que precisamos passar sempre algum tempo separados, lutando eternamente contra essa constante distância que nos acompanha?

No entanto, se alguma forma de pagamento faz-se necessária, deveria ser com o compromisso de fazer o mundo mais feliz ao invés de entristecer-me com ele, para ele.

Uma ajuda, uma mão, uma amiga, uma história, de alguma forma o melhor de mim, para fora e não o contrário! Acabar com o pior de mim e concentrar-me só no melhor, derrubando a crença das compensações, implantando a fé na abundância de ser e criar felicidade.

Ser felicidade, apenas SER!
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