Milhões de
coisas na cabeça e, ao mesmo tempo, nada... Nada que fosse um assunto ou
história pra contar. Só comentários, olhares e toques que ficam guardados
enquanto você não está por perto... Fantasmas que me seguem no castelo
assombrado que sobrou de mim.
Todos os dias,
nos vemos pela internet - não posso reclamar dessa tecnologia, já passamos por tempos
em que nem sua voz eu podia ouvir e sua imagem era somente a da foto que eu
deixava em minha cabeceira - mas, por mais que as coisas tenham evoluído, não é
o suficiente para acalmar a saudade, para tirar a necessidade que fica de você.
Contamos o que temos para contar, rimos um pouco, mas logo vemos que não faz
sentido ficar com o Skype ligado, ele não traz o seu cheiro, sua respiração ou
sua simples energia.
Esse
silêncio que fica, essas milhares de frases “sem importância” que não te falo
pela internet, a simples presença para um sorriso... Tudo isso me sufoca e vez
ou outra saem em forma de lágrimas. Fiquei tão sensível, que às vezes choro de bobeiras
enormes... Acabo rindo de mim mesma e me sinto uma louca inconstante.
Passo o dia
sozinha e a noite conversando com as crianças... Mas como conversar com as
crianças? Elas falam de desenhos e fantasias e eu não quero encher esse mundo
de realidade, preciso compartilhar minha realidade... Preciso da sua conversa de amigo, dos nossos longos papos
profundos ou extremamente bobos, das lembranças, dos planos... Estou tão
carente de conversa! De amigo, de alguém que me entenda e ria comigo, ria de mim,
para mim... Preciso rir!
Todo esse
tempo que tenho para escrever é um desperdício, se só sei expressar o quanto me
falta, o quanto sou o vazio que ficou sem sua presença.
Dizer que
você é minha metade já é um engano, pois quando você vai, me leva inteira.