Passaram-se então, 2 meses de Brasil...

sexta-feira, 18 de maio de 2012


Viagem ao Brasil
Uma longa viagem de ida, mais de 30 horas de casa a casa, sem o marido, que ficou trabalhando (alguém tem que ganhar dinheiro nessa casa, como ele mesmo diz) passando por conexão em aeroporto, com direito a adquirir uma virose (eu e o meu menorzinho) e passar com ânsia de vômito o vôo de 11 horas... Chegamos vivos, o que é mais importante.

Ao sair com as malas, já pude avistar meu irmão e tudo ficou bem, eu estava em casa. Abraçá-lo é sempre uma das melhores coisas do mundo. Meu irmão não é muito chegado em chats e conversas pela net, é sempre ao vivo que conseguimos matar as saudades. E haja saudade depois de 1 ano e meio sem vê-lo... O pequeno trecho São Paulo-Sorocaba, nem foi relevante, pois as crianças dormiam e eu pude curtir meu irmão companheiro. Quando faltava mais ou menos meia hora para chegarmos em casa, as crianças acordaram e começaram a perguntar de 5 em 5 minutos se já chegamos.

-Ta muito longe o Basil.- comentou meu menorzinho.

-Já estamos no Brasil, querido, estamos agora indo para a casa do Vovô.

E chegar em casa foi delicioso. Abraços demorados e balançados, beijos, as crianças nem precisaram de adaptação e ja se sentiram totalmente confortáveis. Jogo de futebol com o vovô, passeio com a vovó, a noite se enfiando no quarto e na cama deles...

Eu passei o dia conversando com minha melhor amiga, minha mãe. Curti falar o dia todo com ela, sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Abracei meu pai, mas essas horas sempre penso que devia ter abraçado mais... As pessoas perdem o costume e fica difícil de lembrar que depois vai se arrepender do que deixou de fazer...

No final de semana, churrasco com a família toda, claro, como sempre. Muita criança e todos meninos, bagunça total, barulho e falação.... lar doce lar... Cheiro de fumaça, abraços apertados e demorados, risadas... Sim, era domingo, com certeza, esse é o domingo que sempre tive no Brasil.

Na primeira semana também fiz uma das coisas que mais tenho saudades: conversei com meu irmão até de madrugada. Demos risada, falamos de coisas novas, lembramos de quando éramos criança, concordamos e discordamos de leve em uns assuntos, depois demos mais risadas ainda...

Fomos a praia, revimos amigos, comemos coxinha, pastel e comida do vovô, fui a um show que ha 20 anos esperava para ver, saí com minha melhor aniga, e o melhor de tudo: ganhei um sobrinho, que virou afilhado, meu primeiro afilhado, que recebi com olhos cheios de lágrimas e orgulho...

Estar em casa no Brasil tem seus rituais, seus sons e cheiros. E tudo tem que ser respeitado, fazer tudo de mais importante de novo, ter o cuidado de refazer o que mais gosta e não deixar nada faltar...

Olhar, parar e só observar a beleza das pessoas por sua volta, é um privilégio de quem sente saudades daquilo. É como saborear algo que você adora e sabe que só tem raramente. E aí está novamente a saudade me dando um presente, minha amiga constante. Por causa dela, a saudade, eu aprendi a olhar mais profundamente para o que eu tenho, eu aprendi a parar o tempo na risada alta que chega a meu ouvido como música, no entra e sai das crianças, em ver minhas crianças podendo ter o que eu sempre tive: muitos primos para brincar e uma família enorme e cheia de amor...

Chegar ao Brasil demora muito, é raro, mas é especial a cada momento, vivemos intensamente enquanto podemos e levamos conosco aquele pedacinho de tudo o que nos foi mais valioso.

À minha família e amigos, obrigada por nos proporcionar dois meses maravilhosos, poucos tem tantos momentos para guardar quanto eu e minhas crianças. Amo vocês!
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