De malas fechadas e espírito alvoroçado, preparo-me para
mais uma viagem de volta às raízes.
Há um ano atrás eu fazia o mesmo percurso até o Brasil,
porém com pouco menos ansiedade que hoje. Essa ansiedade não se encontra no
medo de avião, ou nas vinte e quatro horas de correria, de casa ao aeroporto,
de um aeroporto a outro, depois mais outro e novamente de carro até em casa,
tudo com duas crianças para acompanhar - hoje ainda tem o marido de quebra,
para tranquilizar. Não é isso que me tira o sono e faz pensar de madrugada,
quando o som do resto do mundo é menor que os da minha cabeça e qualquer
pensamento transforma-se em altos gritos para me alertar. Dessa vez, gritam
esperanças de um começo, de uma estréia.