Essa semana foi meu aniversário. Não estou falando só para ganhar mais
parabéns - embora, mesmo atrasado, seja sempre algo muito gostoso – e sim
porque fez-me refletir sobre muita coisa.
Sobre
envelhecer:
Tenho bem
claro pra mim o que meu avô sempre dizia “Só não envelhece quem morre moço”.
Ele tinha orgulho de cada ano seu e eu penso como ele, são trinta e quatro anos
bem vividos, sonhados e com muitas realizações. Não tenho vergonha em dizer e
não escondo nenhum dia. Cada ano um troféu, um capítulo no livro da vida. E que
esse livro seja bem grosso...
Sobre meu
vício:
Passei um ano
excencialmente sincero, dei muito de mim, escrevi coisas que nem eu mesma
conhecia de meu interior, fui até questionada, delicadamente, claro, o que
fez-me pensar :“Por que tanta sinceridade? Não estaria mostrando-me demais ao
mundo?”. Acho que isso é mania de quem escreve, especialmente de quem sempre
escreveu em diário, tipo um vício, difícil de largar sem terapia ou algo
parecido, precisariam amarrar-me as mãos e cortar minha internet... Gestos
explícitos de sinceridade compulsiva, timbrados em preto e branco em formas de
letras. Um escândalo! Concordo, mas continuo sem tratamento específico...
felizmente.
Sobre as
cores e formas:
E olha o
resultado da minha sinceridade compulsiva! Quem diria? Atraí tanta
positividade, tanta coisa boa, que só posso pensar em continuar assim, entregue
a esse vício de dizer o que penso, ou pior, o que sinto.
A maioria
não se abre com medo de um convidado não desejado, mas não imaginam quanta
coisa boa pode entrar também. Páginas e páginas expostas para qualquer um que
queira rabiscar, correndo o risco de uma página rasgada, ou, até mesmo, pichação
indescente... E a surpresa é que não existem rabiscos, e sim, lindos desenhos coloridos
que ilustram minha história e dão o toque final à obra.
Sobre os
ilustradores:
O que
realmente chamou-me atenção nesse ano foram as parabenizações. Mais de cem
pessoas desejaram-me feliz aniversário, alguns menos conhecidos, outros mais,
alguns mais íntimos, outros mais formais, mas todos fizeram parte da minha vida
esse ano que passou e de alguma forma desenharam algo colorido no meu livro.
Comecei a
reparar em quanta gente eu conheci e
como minha vida mudou com cada uma delas e foi maravilhoso constatar que a
maioria ali era produto dos meu trinta e três, um capítulo de mudanças e
descobertas. Tanta gente positiva e cheia de sonhos que é impossível sentir-se
sem energia, ou negativa. Tantas cores e formas, que tornaram meu livro mais
que informativo, tornaram-no divertido, fizeram dele uma obra de arte.
Meus velhos
amigos, amigos de sempre, pessoas da família sempre unida, pessoas da família que
eu reencontrei depois de muitos anos... E como falar mal desse facebook? Vivi
dentro dele esse ano inteiro, trabalhando e ao mesmo tempo conhecendo pessoas
especiais, revendo pessoas especiais... rabiscando desajeitada o livro dos
outros e deixando que novas cores cobrissem o meu.
E relendo
tudo o que passou, as ilustrações me parecem mais importantes que a própria
escrita, revelando-se em positividade e muitos, muitos amigos. Sei que muitos
ali vão seguir seu caminho, ilustrando outras obras, talvez muitos deles jamais
voltem a assinar meu livro, mas o importante é que estiveram lá, fizeram parte
e deixaram suas cores, me transformaram de certa forma, criaram harmonia e deram
vida a obra. Aos ilustradores, com carinho, obrigada por criarem, nesse capítulo
da minha vida. Espero mais desenhos e cores nesse novo ano que começa.